15 mar, 2023 - 18:16 • Lusa
Apenas 2% dos portugueses têm carro elétrico, sobretudo homens da região Centro e de classe alta, e a EDP e a Galp são os comercializadores mais usados para o carregamento, segundo um estudo do Automóvel Clube de Portugal.
"Apenas 2% possui carro elétrico, são sobretudo homens, os mais velhos, da região Centro e da classe alta (A/B)", lê-se no documento. Cerca de 77% dos inquiridos são responsáveis pelo carregamento e também pelo pagamento das despesas do carro elétrico. No que se refere à idade do veículo, 86% têm menos de cinco anos.
A maioria dos inquiridos faz, em média, mais de 400 quilómetros (km) por mês e carrega o carro entre uma a três vezes por semana. No que se refere aos gastos, mais de metade (54%) desembolsam sete euros por carregamento em casa e 58% gastam 50 euros mensais.
O estudo "Mobilidade Elétrica em Portugal" concluiu ainda que a bateria de um em cada três automóveis elétricos tem capacidade entre 40 quilowatts-hora (KWh) e 70 KWh. Por sua vez, 30% afirmaram que a bateria do carregador interno tem uma capacidade entre sete KWh e 22 KWh.
"Quase metade dos veículos elétricos possuem uma autonomia entre os 150 km e os 300 km (43%) e mais de metade (56%) demora mais de três horas a carregar", apontou. Por sua vez, a quase totalidade dos portugueses não tem carro elétrico, destacando-se aqui os mais velhos, do Norte e Centro, e da classe média (C1 e C2).
Segundo esta análise, 52% sentir-se-iam mais confortáveis se os carros elétricos tivessem uma autonomia superior a 401 km. Quase metade defendeu que a duração de vida de um carro elétrico é inferior a nove anos.
"Apesar da baixa autonomia e da pouca durabilidade das baterias associadas aos carros elétricos, estes são vistos com menores custos de manutenção que os carros a combustão (40%)", acrescentou.
No que se refere à dificuldade em encontrar locais para carregar automóveis elétricos, apontada por 43% dos inquiridos, 41% dizem ser difícil carregar os automóveis elétricos em casa. A maioria (63%) defendeu ainda ser possível comprar um carro elétrico até 40.000 euros, mas apontou 30.000 euros (55%) como teto máximo "para assumir a probabilidade de compra".
"Segmento pequeno e médio comprados hoje em Portug(...)
Quanto à compra de um carro elétrico, 46% preferem uma marca tradicional e 24% optavam por uma nova. Um em cada três portugueses já pesquisou "online" sobre carros elétricos e um em cada 10 já fez um "test-drive" e/ou já visitou um "stand".
O carregamento dos automóveis elétrico é feito, com mais frequência, em casa, seguindo-se os postos públicos e, por último, o trabalho. Os consumidores optam por locais com o preço mais baixo (75%), com melhor localização (67%), ou pelos que dispõe de carregadores com mais potência (54%). Por zona, o Alentejo é a zona mais difícil para encontrar um posto de carregamento (25%).
A EDP (38%) e a Galp Electric (19%) são os Comercializadores de Eletricidade para Mobilidade Elétrica (CEME) mais utilizados. Cada agregado familiar, em Portugal, tem, em média, dois automóveis, sendo que os homens mais jovens, da classe mais alta (A/B), do Centro, e com carro elétrico, possuem mais viaturas. .
Quase metade do parque automóvel é composto por viaturas entre três e 12 anos. Os homens, com idades entre os 35 e os 54 anos, da classe mais alta (A/B), de Lisboa e com carro elétrico têm veículos mais recentes (entre 2021 e 2023).
Mais de metade dos inquiridos compraram o carro a pronto pagamento, seguindo-se o crédito automóvel (19%). O empréstimo com recurso a um amigo ou familiar, o "renting" ou o aluguer de longa duração aparecem no fim da tabela.
A maioria (67%) faz, no máximo, 1.000 quilómetros por mês, destacando-se os homens, entre os 35 e 44 anos, das classes A/B e C1, de Lisboa e com carro elétrico são os que conduzem mais quilómetros mensalmente.
Para a realização deste estudo foi considerada uma amostra de 1.200 pessoas, sendo que 130 acabaram por ser excluídos por não terem carta de condução. Posteriormente, a amostra foi reforçada com 480 condutores de veículos elétricos. No total, somaram-se 1.550 condutores, o que corresponde a um erro amostral de, sensivelmente, 2,54%. Destes, 1.046 não têm veículos elétricos.
As entrevistas foram realizadas por telefone, através do sistema CATI - "Computer Assisted Telephone Interviewing" ou, para o reforço amostral, "online", com recurso ao sistema CAWI - "Computer Assisted Web Interview".