19 mar, 2023 - 17:29 • Diogo Camilo
O UBS chegou este domingo a acordo para adquirir o Credit Suisse por mais de três mil milhões de euros.
A decisão foi anunciada em conferência de imprensa, depois do Financial Times ter avançado que a aquisição tinha ficado fechada por dois mil milhões de euros.
Para ser completado o negócio em tempo recorde, as autoridades suíças terão de alterar a legislação nacional para evitar um bloqueio por parte dos acionistas, ao saltar o período de consulta para concretizar a fusão das duas maiores instituições financeiras do país.
Assim, o UBS irá pagar cerca de 0,75 euros por ação - o triplo da proposta de 0,25€ que tinha sido feita ao início do dia.
Ainda assim, este fica muito abaixo dos 1,86€ com que o banco fechou a sessão desta sexta-feira no mercado. O UBS compromete-se ainda a assumir cerca de cinco mil milhões de euros em dívidas do Credit Suisse, anunciou o governo suíço.
Segundo o jornal Financial Times, as autoridades s(...)
Na conferência de imprensa, o regulador FINMA indica que existia o risco do Credit Suisse se tornar "ilíquido, mesmo que continuasse solvente" e que "era necessário que as autoridades atuassem".
O banco central acrescentou que, com a compra do Credit Suisse, "foi encontrada uma solução que garante estabilidade financeira e protege a economia suíça numa situação excecional".
Como parte do negócio, o Banco Nacional Suíço oferece ainda 100 mil milhões numa linha de liquidez ao Credit Suisse. Segundo a Reuters, cerca de 10 mil postos de trabalho poderão ser cortados com a fusão dos dois bancos.
Na madrugada de quinta-feira, o banco central tinha-se comprometido a conceder uma ajuda de 50 mil milhões de francos (50,7 mil milhões de euros).
Ao mesmo tempo, Credit Suisse anunciou uma série de operações de recompra de dívida no valor de cerca de 3 mil milhões de francos suíços (3,04 mil milhões de euros).
O negócio acontece depois de o Credit Suisse ter enfrentado o seu dia mais negro na bolsa, ao perderem um quarto do seu valor na quinta-feira, afundando ainda mais na última sexta-feira.
O período de turbulência no setor bancário começou dias antes, quando o Silicon Valley Bank (SVB) colapsou nos Estados Unidos, levando à queda em bolsa na quarta-feira do Credit Suisse.