24 mar, 2023 - 16:02 • Manuela Pires
O antigo secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, defendeu no Parlamento que a injeção de capital público na TAP implicaria sempre "dor" e que era "crítico privatizar" a companhia aérea.
"Uma injeção pública vem sempre com dor, dinheiro, cortes nos salários e redução das condições de vida. Daí era crítico privatizar", afirmou o ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, que falava na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.
O governante no executivo de Passos Coelho, ouvido sobre o processo de privatização da TAP após requerimento do PS, lembrou que, à data, a companhia devia combustível à Galp, taxas aeroportuárias à ANA, bem como a pequenos fornecedores e agências de viagens, referindo que a situação financeira era "frágil".
"Só não incumpriu no contrato com a Airbus porque escalonou os pagamentos", sublinhou.
Questionado sobre o momento da privatização, no governo que durou menos de menos mês, Sérgio Monteiro explicou que a privatização estava decidida desde junho, mas só foi concluída em Novembro.
Primeiras audições começam um mês depois da entra (...)
Para Sérgio Monteiro, o Governo optou pelo "caminho mais difícil", tendo em conta que na altura todos os concorrentes, como a Lufthansa ou a Ibéria, queriam comprar apenas o transporte aéreo da companhia.
"Se tivéssemos o caminho fácil, teríamos privatizado apenas o lucro. Recusámos este caminho por respeito aos portugueses", notou, acrescentando que o resultado prático deste processo foi viabilizar uma empresa com "importância estratégica", melhorando em 692 milhões de euros as contas da Parpública.
A privatização da TAP foi assim para o executivo de Passos Coelho "o melhor para o futuro da empresa, dos seus trabalhadores e, sobretudo, dos portugueses".
Porém, garantiu que este processo não significou que o Governo "virou as costas à empresa", até porque o Estado "não podia demitir-se da fiscalização".
O ex-secretário de Estado das Infraestruturas Sérgio Monteiro defendeu hoje, no parlamento, a propósito do processo de privatização da TAP, que "nunca é altura de brincar com o dinheiro dos portugueses", assinalando a urgência no início do processo.
"Não queiramos envolver dinheiro público, quando tínhamos acabado de sair de um memorando de entendimento. Nunca é altura de brincar com o dinheiro dos portugueses. Uma injeção de fundos públicos estava fora de questão", apontou o antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, que falava na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.
Neste sentido, vincou que o processo de privatização era, na altura, uma "urgência imensa", tendo em conta que a empresa vivia, "como vive hoje", num quadro de dificuldade de capitalização.