28 mar, 2023 - 10:27 • Lusa
A Comissão Europeia aprovou a extensão do mecanismo ibérico, que estava em vigor desde junho do ano passado, para limitar o preço do gás na produção de eletricidade, segundo avançou esta terça-feira o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro.
“Hoje a Comissão Europeia deu acordo à extensão do mecanismo ibérico para Portugal e Espanha […], vai crescer um euro por mês até ao final do ano”, disse Duarte Cordeiro, à entrada para uma reunião para o Conselho de Transportes, Telecomunicações e Energia, em Bruxelas (Bélgica).
Com a prorrogação do mecanismo, Portugal e Espanha estão salvaguardados até “ao final do ano” se houver um aumento do preço do gás por causa da procura com o abastecimento para o próximo inverno.
O mecanismo que vigora em Portugal e em Espanha, acrescentou o ministro, “funciona como um seguro para preços elevados do gás”, uma vez que, no ano passado, o “principal problema” no mercado de eletricidade foi haver “preços muito altos do gás” e ser esse preço que delineava o preço da eletricidade.
“Foi um benefício para todos os que estavam expostos ao mercado”, completou.
O mecanismo ibérico gerou um benefício de 570 milhões de euros, desde a entrada em vigor até ao final de janeiro, permitindo uma redução do preço de mercado de 43,78 euros por megawatt-hora (MWh).
No início de março, o ministro do Ambiente lembrou que, de acordo com uma estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) para fevereiro, “a inflação nos produtos energéticos foi de 1,96%, sendo a evolução destes preços um dos catalisadores da redução da inflação que se verifica pelo quarto mês consecutivo, ou seja, os preços da energia estão a puxar a inflação para baixo”.
Em causa está o mecanismo temporário ibérico em vigor desde meados de junho passado para colocar limites ao preço médio do gás na produção de eletricidade, que no caso de Portugal e Espanha é de cerca de 60 euros por Megawatt-hora.
Este instrumento foi solicitado a Bruxelas por Portugal e Espanha em março passado devido à crise energética e à guerra da Ucrânia, que pressionou ainda mais o mercado energético.