31 mar, 2023 - 14:47 • Sandra Afonso
Desde janeiro que estão a aumentar as amortizações antecipadas, sobretudo parciais, dos empréstimos à habitação.
Segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal, “em fevereiro, as amortizações antecipadas de empréstimos à habitação representaram 0,85% do stock de crédito, valor semelhante ao registado em janeiro, mas superior à média mensal de 0,54% registada em 2022”.
O aumento dos reembolsos começou em dezembro, mas foi já este ano que dispararam. O que mudou? O Governo proibiu no final de novembro a cobrança de comissões de amortização antecipada nos créditos com taxa variável. A medida está em vigor até ao final de 2023 e representa uma poupança que pode ir até 0,5% do capital reembolsado. Está ainda suspenso o pagamento do imposto de selo.
Antes desta medida, as amortizações parciais não tinham peso, em dezembro de 2021 representaram apenas 0,03% do crédito concedido. Em fevereiro deste ano já chegaram a 0,2% do total do crédito concedido e “já representam 23% do montante de amortizações antecipadas”.
Com o Banco Central Europeu a subir os juros, continuam também a aumentar as taxas aplicadas no crédito à habitação, indexadas à Euribor.
Em fevereiro a taxa de juro associada aos novos contratos subiu pelo décimo terceiro mês consecutivo, está nos 3,56%, acima dos 3,50% fixados pelo BCE.
“A taxa de juro média dos novos empréstimos a taxa variável foi em fevereiro de 3,56% (3,37% em janeiro)”, diz o supervisor.
Esta taxa está também cada vez mais próxima dos juros que estão a ser pagos nos novos créditos com taxa fixa, que em fevereiro pagaram 4,2%. Neste momento, a diferença é de 0,64 pontos, abaixo dos 0,83 pontos registados em janeiro.
Apesar destes dados, a taxa variável continua a ser a preferida dos portugueses. A taxa fixa representa apenas 7% do total de novo crédito concedido, um pouco acima de janeiro, mas muito abaixo da taxa mista (que começa fixa e passa para variável), que reúne 23% dos novos créditos.
No topo das opções mantem-se a taxa variável, a escolha de 70% dos novos empréstimos. Ainda assim, a tendência é de descida, em 2022 representava 85% dos novos créditos.