15 abr, 2023 - 14:48 • Sandra Afonso
O primeiro passo é engordar a poupança, o que passa sempre por deixar algum dinheiro de parte todos os meses. A forma mais fácil e eficaz de o fazer é programar uma transferência automática mensal para uma conta poupança.
Para quem ainda vive com os pais, o conselho de Sara Antunes, em “Ganhar, Poupar, Investir” (Ed. Manuscrito), é que poupem todos os meses uma fatia significativa do salário, mesmo que este seja baixo, para prepararem a saída do “ninho”.
Para cortar nas despesas e, ainda, juntar dinheiro, sem (muita) dor, siga também estas 7 dicas:
Poupamos para as despesas que saem da rotina, uma viagem, trocar de carro ou uma nova formação. No entanto, acabamos muitas vezes a partir o mealheiro por uma emergência, uma doença, um acidente, uma avaria ou outro imprevisto do género.
Porque o futuro é uma incerteza, todas as famílias devem ter um Fundo de Emergência, mas o valor não é consensual entre os especialistas de finanças pessoais.
Muitos defendem que deve ter, no mínimo, seis salários, outros apontam para 12. Sara Antunes fala em despesas, deve corresponder ao valor das despesas mensais (casa, água, luz, comunicações, supermercado, escola, etc), multiplicado por 12.
Este Fundo nunca deve ser utilizado: para pagar despesas não urgentes, em investimentos ou para empréstimos a terceiros. Este dinheiro não deve estar na conta à ordem, utilizada no dia-a-dia e depois de utilizado deve ser reposto o mais rápido possível.
A recente fuga aos depósitos, com o levantamento de milhares de euros, prova que os aforradores se mexem pela melhor solução.
Só nos últimos meses a banca portuguesa começou a subir a remuneração dos depósitos, mas ainda está longe do que pagam outros investimentos. Segundo o Banco de Portugal, em fevereiro, a taxa de juro média paga nos novos depósitos subiu para 0,65% (enquanto a taxa variável cobrada no crédito à habitação era de 3,56%).
Os Certificados de Aforro têm sido nos últimos meses o refúgio das poupanças de muitos portugueses. Já oferecem a taxa máxima, 3,5%, acrescida de um prémio de 1%. Além disso, são um produto de baixo risco.
Também do Estado e com baixo risco, os Certificados do Tesouro são outra alternativa, mas têm estado a perder subscritores porque têm a rentabilidade associada ao crescimento da economia. Ou seja, estão menos atrativos.
Os Seguros de Capitalização dão benefícios fiscais e têm capital garantido, exceto em caso de falência.
Os Planos de Poupança Reforma (PPR) também têm benefícios fiscais, mas o nível de risco varia, consoante o tipo de subscrição.
Para quem não tem medo de arriscar, pode investir em produtos com um potencial de retorno maior: obrigações, ações, fundos ou mesmo imóveis.
Depois de todo o tempo e esforço que aplicou para juntar o pé-de-meia, não perca tudo num ápice.
Invista de forma informada, faça todas as perguntas, compare produtos, fale com os especialistas. O dinheiro é seu, não o coloque em produtos se não perceber como funcionam.
Saiba qual é o seu perfil, se não tem nervos de aço não aplique o dinheiro em produtos de alto risco. Mas mesmo que não tenha aversão ao risco, diversifique os investimentos, não coloque todos os ovos no mesmo cesto.
Antes de investir identifique objetivos a alcançar, será depois mais fácil decidir quanto vai aplicar e em que produtos.