09 mai, 2023 - 16:31 • Diogo Camilo , Sandra Afonso
As criptomoedas têm uma má fama ligada à especulação, mas empresários na área garantem que os esquemas são criados pela própria indústria, utilizando modelos semelhantes aos dos bancos.
É o que diz Filipe Veiga, CEO e fundador da WallID, um dos convidados do segundo painel de debate da conferência "Vivemos num criptoparaíso?", apresentada pelos autores do podcast da Renascença “No paraíso das Criptomoedas”, Fábio Monteiro e Inês Rocha, e que tem agora uma versão em livro “Portugal, Paraíso das Criptomoedas”.
“Os esquemas não vêm da cripto, vêm da indústria centralizada e de empresas que criaram modelos semelhantes aos bancos, transacionando criptomoedas”, apontou o empresário.
Filipe Veiga defendeu ainda as duas grandes vantagens da blockchain, a tecnologia que suporta a transação de criptomoedas: a desintermediação e a resistência à censura
E esclarece um mito relacionado com criptomoedas: não é boa para lavar dinheiro. “Lavar dinheiro em criptomoedas é a pior ideia de sempre, lavar em euros e dólares é muito mais fácil. Tudo o que tenha a ver com transparência, seja dados, seja financeiro, a blockchain é um bom caso de uso”, disse.
No primeiro painel da conferência "Vivemos num cri(...)
Vinicius Ribeiro, representante da Enterprise Ethereum Alliance em Portugal, diz que os criptoativos ainda têm grandes desafios pela frente, sobretudo em relação à aplicação empresarial, criticando a “falta de clareza” de regulamentos.
“Muitas coisas em blockchain ainda estão em fases de testes e as empresas têm clientes que já funcionam assim”, diz.
Filipe Macedo, cofundador da Talent Protocol, admite que a maior parte das empresas na área vão falhar, e que o desafio é como tornar este negócio rentável: “É importante sermos humildes e perceber como conseguir criar empresas que sejam rentáveis e que resolvam os problemas que as pessoas têm”, afirma.
O livro “Portugal, Paraíso das Criptomoedas” será apresentado dia 11 de maio, pelas 18h30, na FNAC do Chiado, em Lisboa.