12 mai, 2023 - 08:45 • Ana Fernandes Silva , Olímpia Mairos
São cada vez mais os portugueses e emigrantes que deixam de conseguir pagar uma renda em Portugal. A solução, num primeiro momento, pode estar em projetos como o "Casa Partilhada", programa recente e único em Portugal que tem visto os pedidos de ajuda aumentarem a cada dia.
O responsável pelo projeto, Staline Pacheco, diz à Renascença que são muitos os emigrantes que o contactam, mas são cada vez mais os portugueses com falta de capacidade financeira para sozinhos conseguirem arrendar uma casa.
“Nestas últimas fases temos tido muitos portugueses e, sobretudo localizados nos principais pontos de Portugal, Porto e Lisboa. Os pedidos são muitos”, conta, revelando que “100% das pessoas” têm emprego.
O responsável explica que por ser um projeto recente e com apenas dois gestores, o Casa Partilhada ainda não tem uma plataforma digital, apesar de ser um objetivo a cumprir a curto prazo. Até lá, quem quiser partilhar casa, pode fazê-lo através de e-mail ou contacto telefónico.
“A pessoa interessada entra em contato connosco a solicitar interesse de unir-se com alguém para a partilhar uma casa”, explica, referindo que o passo seguinte é o preenchimento de uma ficha “com nome, nacionalidade, género” e ainda o valor que “pretende pagar”.
“Vai ainda dizer com quem pretende partilhar a casa do ponto de vista genérico. Se pretende partilhar, por exemplo, com uma mulher, ou pretende partilhar com alguém dos 25 aos 30 anos, se pretende viver, por exemplo, em Gaia. Com base nestas características, dentro da base de dados, encontramos quem está enquadrado nas mesmas características e juntamos, apresentamos a proposta a quem pediu”, acrescenta.
Staline Pacheco acredita que o futuro não passa por partilhar casa com um desconhecido, mas defende que no imediato é a única solução para muitos.
“Sabemos que o futuro não passa pela partilha de residência, mas no momento achamos que é a solução possível que se encontrou para isto”, diz.
“Estivemos há uma semana em Lisboa e fomos visitar uma ponte. Sabíamos que viviam lá pessoas, que passam lá a noite pessoas e percebemos que algumas das pessoas ou muitas mesmo trabalhavam, mas não tinham condições de pagar uma casa. Isso foi em Lisboa na semana passada”, exemplifica.