17 mai, 2023 - 16:32 • Sandra Afonso , Teresa Paula Costa
O governador do Banco de Portugal manifestou nesta quarta-feira estar contra a concessão de apoios generalizados no crédito à habitação.
Na sessão de apresentação dos resultados da instituição, Mário Centeno comentou o pedido de reflexão do Presidente da República à banca portuguesa depois de conhecido que os bancos voltaram a acumular lucros no primeiro trimestre, enquanto os juros dificultam o pagamento das prestações por parte das famílias.
Economia portuguesa
Presidente da República acredita que economia port(...)
Mário Centeno lembrou que “mais de metade dos contratos já teve uma taxa de juro mais alta do que aquela que existe hoje” e afirmou que medidas generalizadas de apoio “geram comportamentos de mimetismo” e “levam muitos a aderir a essas medidas sem terem verdadeiramente necessidade delas”.
Para o governador do Banco de Portugal, a situação cria “um problema para essas pessoas, para o futuro, sejam elas marcadas como incumpridoras ou não.”
Apesar disso, Mário Centeno reconheceu que os bancos têm obrigação de apoiar e acompanhar quem tem dificuldade em pagar o crédito.
“Os bancos têm de fazer o seu papel”, pois “é responsabilidade deles no contrato social que têm com Portugal fazê-lo” e “têm obrigação de acompanhar aqueles que possam estar em dificuldades e encontrar uma resposta no âmbito da sua atuação”.
Nesta sessão, Mário Centeno revelou que o Banco de Portugal fechou 2022 com lucros de 297 milhões de euros, uma quebra de mais de 40%.
O Banco de Portugal entrega, assim, ao Estado, 371 milhões em dividendos e impostos.