14 jun, 2023 - 16:52 • Tomás Anjinho Chagas
O ministro da Economia António Costa Silva promete revelar "todos os números" sobre a venda da Efacec ao fundo alemão Mutares, mas só quando esses "números finais estiverem apurados".
Durante o debate, que aconteceu na tarde desta quarta-feira, onde o PSD obrigou o ministro a marcar presença e explicar mais detalhes sobre a privatização da Efacec, António Costa Silva remeteu para mais tarde novos esclarecimentos sobre o processo.
"Assumo nesta Assembleia, com toda a humildade, vir partilhar todos os números, quando esses números finais estiverem apurados", afirmou Costa Silva em resposta à Iniciativa Liberal.
Ainda na sequência da pergunta do deputado da IL Carlos Guimarães Pinto, o ministro da Economia pede "sentido de Estado" à oposição, de forma a salvaguardar os interesses do país.
"Sabe muito bem que quaisquer números que se revelem num processo desta delicadeza, pode contaminar o próprio processo", sublinha Costa Silva. "Estas negociações são delicadas, e senhores deputados, tenham sentido de Estado. Nós viremos aqui partilhar, mas não ponham em causa este negócio. Não façam descarrilar o processo", atirou o ministro.
Durante todo o debate, os partidos à direita foram acusando o Governo de falta de transparência no processo de reprivatização da Efacec.
O deputado do PSD Paulo Rios Oliveira acredita que a conferência de imprensa dada pelo Executivo, na semana passada, só serviu para "efeitos de propaganda", e não para clarificar os detalhes sobre a venda da empresa que já pertenceu a Isabel dos Santos.
Depois de um conselho de ministros em formato eletrónico, na semana passada, o executivo anunciou que o fundo alemão Mutares foi o escolhido para a privatização da EFACEC, sendo que ainda não é conhecido o valor final do negócio. Em causa está a reprivatização de perto de 72% da companhia, que é o que está na posse do Estado.
Mas para que este fundo alemão compre a empresa é necessária ainda uma autorização da Comissão Europeia. Nos próximos dois meses devemos ter novidades em relação a este processo, explicou o ministro na altura.
Durante os três anos em que o Estado se tornou acionista da empresa, já foram injetados, até agora, 132 milhões de euros nesta empresa do setor da energia e mobilidade elétrica. Ainda está previsto que o Estado disponibilize outros 85 milhões de euros em garantias. No total são 217 milhões de euros em ajudas do Estado.
O ministro da Economia mostrou-se otimista, quando falou aos jornalistas, na passada quarta-feira dizendo que acredita que o Estado vai recuperar "grande parte" ou mesmo a totalidade do investimento que fez.