29 jun, 2023 - 15:31 • Sandra Afonso
Nos últimos quatro anos, a taxa de esforço das famílias disparou a pique. Comprar casa em Portugal exige agora 53% dos rendimentos, sendo que no Funchal chega aos 78%. Para arrendar, o esforço é de 71%, com Faro a liderar a subida, registando um aumento de 23 pontos percentuais.
As conclusões são de um estudo do Idealista, divulgadas esta quinta-feira, com base na taxa de esforço no arrendamento e compra de um apartamento T2, nos primeiros trimestres de 2019 e de 2023, nas capitais de distrito.
Segundo a investigação, o esforço para arrendar uma casa em Portugal aumentou 2 pontos percentuais, de 69% no primeiro trimestre de 2019 para 71% no primeiro trimestre de 2023. Na compra, a taxa de esforço subiu 23 pontos, passou de 30% para 53%.
Faro regista o maior aumento da taxa de esforço para arrendar uma casa nos últimos quatro anos, passou de 45% no primeiro trimestre de 2019 para 68% no mesmo período de 2023, o que representa uma subida de 23 pontos percentuais.
Destaque ainda para o Porto, que lidera aos aumentos da taxa de esforço neste periodo (20 p.p.), seguido do Funchal (19 p.p.), Viana do Castelo (17 p.p.), Setúbal (15 p.p.), Viseu (15 p.p.), Santarém (14 p.p.), Ponta Delgada (10 p.p.), Lisboa (10 p.p.), Castelo Branco (10 p.p.), Leiria (9 p.p.), Coimbra (9 p.p.), Aveiro (8 p.p.) e Braga (8 p.p.).
Lisboa é a cidade que exige a maior fatia de rendimento às famílias que querem arrendar casa: 82% do bolo total no primeiro trimestre de 2023. Segue-se o Funchal (75%), Porto (74%), Faro (68%), Setúbal (53%), Ponta Delgada (52%), Évora (51%), Viana do Castelo (51%), Aveiro (50%) e Braga (49%).
Com rendas mais baratas e, por isso mesmo, com menos peso no bolso das famílias, destacam-se Castelo Branco (34%), Coimbra (40%), Santarém (41%), Leiria (43%) e Viseu (43%). Ainda assim, todas as capitais de distrito apresentaram taxas de esforço acima do recomendado - 33%.
À excepção de Portalegre, a percentagem de rendimentos que as famílias destinam à compra de casa aumentou em todas as capitais de distrito nos últimos quatro anos. Na capital alentejana diminuiu 2 pontos percentuias, para 13%.
O Funchal registou o maior aumento da taxa de esforço para compra, de 38% para 78%, um aumento de 40 p.p. Logo atrás surge Faro (37 p.p.), Ponta Delgada (33 p.p.), Aveiro (32 p.p.), Porto (24 p.p.), Braga (23 p.p.), Viana do Castelo (23 p.p.), Évora (23 p.p.), Leiria (18 p.p.), Lisboa (18 p.p.) e Setúbal (18 p.p.).
No início de 2023, o Funchal destaca-se como a cidade com a maior taxa de esforço para comprar casa (78%), seguido por Faro (73%), Lisboa (72%), Porto (63%), Aveiro (58%), Ponta Delgada (50%), Braga (46%), Viana do Castelo (44%) e Évora (43%). Com taxas de esforço inferiores a 40% e superiores à recomendada de 33% encontram-se Leiria (36%), Setúbal (35%), Coimbra (35%) e Viseu (35%).
Há apenas sete capitais de distrito onde é possível comprar casa com uma taxa de esforço inferior à recomendada de 33%, ou seja, em que a prestação da casa pesa menos de um terço do rendimento disponível da família: Vila Real (30%), Santarém (23%), Bragança (20%), Beja (20%), Castelo Branco (16%), Portalegre (13%) e Guarda (13%).