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Obrigações do Tesouro. Governo vai emitir menos 5.600 milhões de euros face ao previsto

14 ago, 2023 - 11:08 • Isabel Pacheco , Olímpia Mairos

Corrida aos Certificados de Aforro e a escalada dos juros são fatores que explicam uma diminuição das necessidades de financiamento do Tesouro nos mercados internacionais. Na análise do economista João Duque, para este cenário contribui, também, o excedente orçamental nas contas do Ministério das Finanças.

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O Governo poderá emitir menos 5.600 milhões de euros de Obrigações de Tesouro do que inicialmente previsto.

As contas são do jornal Público que aponta a corrida aos Certificados de Aforro e a escalada dos juros como fatores que explicam uma diminuição das necessidades de financiamento do Tesouro nos mercados internacionais.

Na análise do economista João Duque, para este cenário contribui, também, o excedente orçamental nas contas do Ministério das Finanças.

“Do ponto de vista das finanças públicas, claro que ter um superavit é bom, até porque se pode acelerar o abate da dívida, que é muito elevado, e, se nós pudermos utilizar este excesso de liquidez proveniente dos impostos, e uma certa contenção da despesa, este sucesso do saldo orçamental, se podermos canalizar para abatimento da dívida, sim, isso é importante”, diz.

“E é importante porque precisaremos de menos dívida no futuro e menos dívida significa menos juros a pagar, porque neste momento nós sabemos que a expectativa futura é de que o dinheiro é caro e vai sair caro”, argumenta.

Nestas declarações à Renascença, João Duque alerta, no entanto, para o risco de o país estar a financiar-se com dinheiro que pode ser reclamado a qualquer momento pelos aforradores.

Por isso, antevê que no médio prazo, “o Governo vai passar, e através do Instituto de Gestão do Crédito Público, a fazer uma gestão, digamos, mais normal daquilo que é a emissão das suas dívidas voltando mais às obrigações do Tesouro e menos ao peso dos Certificados de Aforro”.

Na visão do economista, os certificados foram “um problema muito grande para o Estado quando pede dinheiro emprestado, que é poderem ser reclamados a qualquer instante por parte dos aforradores”.

“Não é conveniente que um Estado que faz investimentos, não são só despesas correntes, de longa duração em património, em investimentos que depois têm o seu retorno, digamos, muito faseado no tempo, possa estar a financiar esses investimentos com financiamentos que podem ser resgatáveis a muito curto prazo”, justifica.

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