24 ago, 2023 - 17:37 • Reuters com redação
No dia em que começaram as descargas de águas residuais radioativas da central nuclear de Fukushima para o Oceano Pacífico, a China anunciou a proibição do consumo de peixe e produtos aquáticos do Japão.
É a segunda reação do mesmo género contra a descarga de água para o oceano, Hong Kong também já tinha decidido restringir as importações.
Em comunicado, a alfândega chinesa diz que o governo está “altamente preocupado com o risco de contaminação radioativa trazida pelos alimentos e produtos agrícolas do Japão”.
Segundo a Tokyo Eletric Power, que dirige as operações, a água começou a ser descarregada pouco depois da uma da tarde, hora local, e não foram identificadas anormalidades.
Ainda assim, a China continua a manifestar “firme oposição” ao plano e sublinha que o Japão não provou que esta água é segura.
“O lado japonês não deve provocar danos secundários à população local e mesmo à população mundial, devido a interesses próprios e egoístas”, refere um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Tóquio critica Pequim, por espalhar “afirmações cientificamente infundadas”.
Reafirmam que libertar esta água para o oceano é seguro e lembram que a Agência Internacional de Energia Atómica também concluiu que o impacto que teria nas pessoas e no meio ambiente era "insignificante".
O Japão já pediu à China que suspenda imediatamente a proibição de importação de produtos aquáticos. Segundo declarações do primeiro-ministro Fumio Kishida, pretendem ainda discutir o impacto destas descargas, em termos científicos.
Só em 2022 o Japão exportou cerca de 600 milhões de dólares em produtos aquáticos para a China, que se tornou o maior mercado para as exportações japoneses, seguido de Hong Kong. A China e Hong Kong ficaram com 42% das exportações aquáticas japonesas em 2022, segundo dados do governo.
A primeira descarga da Central de Fukushima prevê despejar no oceano 7,8 mil metros cúbicos de água, o equivalente a cerca de três piscinas olímpicas, ao longo de aproximadamente 17 dias.