30 ago, 2023 - 18:20 • Sandra Afonso
Vinte Pousadas da Juventude disponibilizam este ano letivo quartos para estudantes do Ensino Superior. À iniciativa juntou-se agora a Guarda, onde também já há camas na rede para estudantes.
Em declarações à Renascença, o presidente da Movijovem, Miguel Perestrello, diz que “das 43 pousadas geridas na Rede Nacional de Pousadas da Juventude, 19 foram afetas ao alojamento estudantil.”
Este ano a Pousada da Guarda juntou-se a esta iniciativa, em resposta à procura local e aos pedidos que chegaram à Movijovem.
Há ainda uma 20.ª pousada, em Melgaço, que resulta de um acordo tripartido entre o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, a Câmara Municipal e a Movijovem. Estas camas estão a ser geridas pela ação social do Politécnico.
Além de Melgaço, os quartos disponíveis estão espalhados pelo país, nos pontos onde há mais procura de quartos por estudantes do Ensino Superior: Abrantes, Almada, Aveiro, Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Guimarães, Lisboa Centro, Lisboa Parque das Nações, Oeiras, Ponte de Lima, Portimão, Porto, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira.
Dependendo da localização, os estudantes podem pagar entre 200 a 300 euros por mês para ficarem numa destas vagas nas Pousadas da Juventude.
Estão disponíveis quartos duplos ou múltiplos e o preço inclui “pequeno-almoço, internet Wi-Fi, limpeza diária, troca de roupa de cama e atoalhados semanalmente e utilização da cozinha de alberguista”.
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As Pousadas da Juventude recebem reservas diretamente dos serviços de ação social, mas o presidente da Movijovem explica à Renascença que as camas estão disponíveis para todos os alunos e ao mesmo preço, tenham ou não bolsa.
“Embora esta disponibilidade não seja exclusivamente para estudantes bolseiros, queremos equiparar os preços”, diz Miguel Perestrello.
Os estudantes têm ainda direito a um desconto, se apresentarem o Cartão Jovem Europeu, são menos 10% em quartos duplos e uma redução de 20% em quartos triplos.
Para já, ainda não há dados sobre a ocupação este ano, porque as reservas só agora começaram. Muitas chegam às pousadas através das instituições de ensino, mas os alunos podem contactar diretamente as pousadas.
“No fim das contas é indiferente como chegam a nós, se através dos serviços sociais ou diretamente”, diz o presidente da Movijovem.
A oferta foi reforçada este ano, para cerca de 300 camas, mas a rede conta com quase quatro mil camas. Miguel Perestrello garante que “se forem necessárias mais, procuraremos agilizar essa oferta”.
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No entanto, no último ano a ocupação ficou nos 60%, quando os preços da oferta de quartos para estudantes já chegavam a valores máximos e a oferta não chegava para a procura, uma situação que se repete este ano.
Como exemplo, o preço médio dos quartos em Lisboa e Porto ultrapassam os 400 euros e a oferta privada responde a menos de 10% da procura, segundo o Observatório do Alojamento Estudantil.
O presidente da Movijovem garante ainda à Renascença que não recebem nenhuma contrapartida do Estado por esta iniciativa.
“A Movijovem a única contrapartida que tem é o pagamento das estadias dos alunos que ficam alojados, não há nenhuma subvenção pública extra”, diz Miguel Perestrello.
Este responsável lembra ainda que este “é um esforço exclusivo da Movijovem, mas no âmbito da missão social que tem de cumprir, porque é uma cooperativa de interesse público, com capitais públicos”. Ainda assim, sublinha que “é uma iniciativa financiada com orçamento próprio.”
Segundo o Governo, estas camas disponibilizadas pelas pousadas da juventude vão reforçar em 9% o alojamento para estudantes universitários.
Desde 2019 que as Pousadas da Juventude reforçam a oferta de camas, no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior.
Mas há muitos anos que as Pousadas ajudam estudantes, tudo começou em Bragança e depois passou para Évora. Só há 4 anos a iniciativa se alargou ao país.