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BCE pode aumentar os juros em menos de 0,25% esta quinta-feira

14 set, 2023 - 07:00 • Sandra Afonso

O economista Luís Aguiar Conraria aposta no aumento dos juros, numa decisão que não será unânime.

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O Conselho de Governadores volta a reunir esta quinta-feira para avaliar as taxas de juro.

Não está tudo em aberto, porque a presidente do Banco Central Europeu já deixou claro que não haverá corte este mês nos juros, ou aumenta ou faz uma pausa.

Se mantiver as taxas inalteradas, será a primeira vez desde que começou este ciclo de aumentos, em julho de 2022. Desde então, a taxa de referência passou de 0% para 4,25%.

Se o BCE subir mais uma vez os juros, será o décimo aumento consecutivo.

O que vai determinar a decisão do BCE?

Christine Lagarde, Presidente do BCE, sublinhou que a decisão terá em conta todos os dados disponíveis e só esta quinta-feira serão divulgadas as novas projeções da autoridade monetária.

No entanto, já sabemos que a inflação em agosto manteve-se acima de 5%, com nove economias do euro acima da média, incluindo a Alemanha, França e Itália. Dados que não favorecem um alívio dos juros, segundo refere, à Renascença, o economista Luís Aguiar Conraria.

O especialista realça que o BCE "continua a ter a necessidade de combater, ativamente, a inflação".

"Se olhássemos só para a inflação, não teria dúvida que subiriam as taxas de juro", considera.

Por outro lado, as economias estão também em desaceleração, um argumento a favor de uma pausa pelo BCE.

Luís Aguiar Conraria refere que a Alemanha "prevê uma queda do PIB em 0,4%", o que pode motivar a ponderação "do perigo das taxas de juro" na atividade económica.

Conraria diz ainda que os alertas de estagflação (inflação + recessão) deixados nos últimos dias por Vítor Constâncio, chegam tarde. A inflação já subiu e o antigo governador do Banco de Portugal foi um dos que apoiou a reação tardia do BCE.

Qual será, então, a decisão?

No mercado, ganha peso a probabilidade de uma pausa. Já o professor da Universidade do Minho aposta no aumento dos juros, mas abaixo de 25 pontos base.

O economista diz também "que a decisão não será unânime" e acabará por ser "um compromisso".

Luís Aguiar Conraria afasta ainda uma subida sucessiva dos juros nos próximos meses, exceto se a inflação ficar descontrolada.

Já para 2024 aconselha baixas expetativas sobre um alívio dos juros, porque os riscos ainda são grandes.

"Neste momento, a incerteza é grande. Não sabemos como vai evoluir os preços dos cereais e os preços da energia. Não trabalhem na perspetiva da descida das taxas de juro".

Comentários
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  • António Costa
    14 set, 2023 Porto 08:32
    O dinheiro é um assunto, desde as contas até ao ouro passando pelos búzios e o açúcar etc, ele é próprio da humanidade e nem mesmo sobre os impostos, pagos em dinheiro, Cristo não teceu uma palavra sobre ele. Tal como o azeite ele é essência. A sua volatilidade torná-lo assustador sendo capaz de jogar toda uma economia por terra sem possibilidade alguma de se impedir. No entanto o dinheiro faz rodar o mundo, torná-lo funcional, é essencial, partindo de um pacto íntimo entre todos os reinos, pacto esse aceite sem conhecimento claro de todas as premissas. Mario Draghi veio salvar a Grécia da "guerra dos papelinhos" apostou no homem contra todas as evidências e ganhou, (apostas importam riscos). A esse nosso herói que se pergunte o que fazer.

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