22 nov, 2023 - 14:16 • Marta Pedreira Mixão com Lusa
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, afirmou esta quarta-feira que o Banco de Portugal está confortável quando as instituições funcionam e recusou responder a mais perguntas sobre a polémica desencadeada sobre o alegado convite para primeiro-ministro.
"Há um comunicado do Conselho de Administração [do Banco de Portugal] que diz tudo o que há a saber sobre o parecer da Comissão Ética [do Banco de Portugal]. Desde que existam instituições que funcionem, o Banco de Portugal está muito confortável", disse Centeno, em resposta a uma pergunta sobre a avaliação da Comissão de Ética à sua conduta na polémica sobre ter sido falado para primeiro-ministro.
Centeno recusou-se, posteriormente, a responder a mais perguntas sobre o "convite" para eventualmente assumir um Governo do PS, vincando que a conferência de imprensa de hoje é sobre o Relatório de Estabilidade Financeira.
"Estamos a apresentar o Relatório de Estabilidade Financeira, todas as questões que me está a colocar estão respondidas, não vai haver mais nenhum comentário esta manhã, aqui, sobre essa questão", acrescentou Centeno.
O esclarecimento de Mário Centeno ocorre horas dep(...)
No relatório apresentado esta quarta-feira, o banco central admitiu que “o quadro de incerteza política que o país vive é uma nova fonte de risco, apesar da possível aprovação do Orçamento do Estado para 2024.
O Banco de Portugal identificou a crise política como mais um fator para aumentar os riscos para a estabilidade financeira do país, salientando que, com o abrandamento da atividade económica e os efeitos da política monetária na zona euro, estes fatores podem representar um risco para a banca e para a estabilidade financeira.
Mário Centeno afirmou que espera a inversão do aperto financeiro motivado pelo aumento das taxas de juro em breve, mas salientou que as taxas de juro ainda deverão subir.
“Estamos num ciclo de taxas de juro de política monetária que foi muito intenso, que está a ser um significativo aperto das condições financeiras, mas que se espera que esteja em condições agora, no futuro próximo, de inverter”, destaca Mário Centeno.
Porém, em termos reais, antecipa o governador, as taxas de juros deverão ainda subir.
“A taxa de juro real vai continuar a subir nos próximos meses. E isto é o efeito combinado das taxas de juro elevadas, ainda que do ponto de vista da decisão daquelas que são as taxas diretoras do BCE elas estejam estáveis, com a descida da inflação, a taxa de juro real continua a subir”, alerta.
O Banco de Portugal admite ainda a possibilidade um aumento do incumprimento no crédito e uma correção dos preços do imobiliário.
Na base dos riscos, estão o abrandamento da econom(...)