02 jan, 2024 - 14:36 • André Rodrigues , com redação
Deco recomenda ações de formação aos funcionários bancários sempre que haja alterações à lei. A associação de defesa do consumidor reage assim à notícia Renascença de que alguns bancos estão a informar mal os clientes sobre a amortização do crédito à habitação.
Apesar de pontuais, os casos de má informação dada aos clientes bancários resultam de falhas de comunicação internas das próprias instituições, afirma o especialista da Deco em produtos bancários, Nuno Rico.
“Não tem sido muito comum, mas muitas vezes a alteração já está em vigor e os funcionários ainda não têm essa informação. Por exemplo, a questão da bonificação de juros, implementada durante o ano de 2023, tivemos algumas situações de clientes que queriam entregar os papéis para aderir à medida e os funcionários não tinham a informação de quando é que a medida entrava em vigor”, exemplifica Nuno Rico.
Possibilidade de amortizar o crédito à habitação s(...)
“Deve ser dada formação aos funcionários quando há uma alteração legislativa. Há aqui alguma falha de comunicação ao nível interno dos bancos, que leva a que, muitas vezes, quem está no atendimento ao balcão não é devidamente preparado para essas situações”, refere o especialista da Deco.
E sempre que os clientes detetem infrações por parte das instituições financeiras, deverão reportá-las ao Banco de Portugal, recomenda a Deco.
“Deve apresentar queixa ao Banco de Portugal e os bancos podem incorrer em multas e multas que até são de valor significativo, consoante a gravidade da situação”, sublinha Nuno Rico.
A Deco reage à notícia Renascença de que alguns bancos está a informar mal os clientes sobre a possibilidade de amortização do crédito à habitação sem pagamento de comissão.
Em 2024 ainda é possível amortizar o crédito à habitação sem penalizações. A medida foi prolongada por mais um ano e está em vigor desde outubro, mas no final de dezembro dois dos maiores bancos no país estavam a dar informação incorreta aos clientes. Foi o que constatou a Renascença, através de clientes com empréstimos para casa própria e permanente. O Banco de Portugal remete para a legislação, que fala em “infração grave”, sujeita a coimas até um milhão e meio de euros.