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​EDP diz que tensão no Mar Vermelho "está a tornar-se num problema"

17 jan, 2024 - 16:52 • Sandra Afonso

Elétrica já antecipou a eventualidade de um agravamento da situação com um plano de contingência.

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O CEO da EDP, Miguel Stilwell, admite que os constrangimentos à navegação no Mar Vermelho representam “mais tempo, mais custos" e são, por isso, "uma preocupação”. São declarações em entrevista à CNBC em Davos, à margem do Fórum Económico Mundial.

Em causa estão os conflitos armados e a tensão geopolítica no Mar Vermelho, rota de transporte dos painéis solares para novos projetos renováveis da EDP. Stilwell diz que a empresa tem alguma margem na gestão dos projetos, mas se a situação se agravar, pode tornar-se “um problema ainda maior".

A EDP já antecipou a eventualidade de um agravamento da situação, com um plano de contingência.

O CEO da elétrica defende que é preciso diversificar os fornecedores mundiais de componentes para centrais solares, um mercado hoje dominado pela China.

"Na energia eólica, a Europa tem já uma boa indústria. No solar, todo o setor tem sido mais dominado pela China, mas está a tornar-se mais diversificado, com países como o Vietname, Coreia do Sul, e outros, a afirmarem-se. Há um esforço para diversificar a cadeia de abastecimento do solar, mas ainda há muito a fazer", diz o CEO da EDP.

Miguel Stilwell anunciou ainda que este ano a EDP vai aumentar de 85% para 90% a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis.

O objectivo é “acabar com o carvão até 2025” e ser “100% verdes e renováveis até 2030 e neutros em carbono até 2040, ao longo de toda a cadeia de valor", garante o CEO.

Stilwell diz que "a transição energética é inevitável”, tornou-se mesmo “uma questão de segurança nacional e geopolítica”. Sobre os custos, diz que “temos de ser realistas, mas neste momento têm menos volatilidade do que os combustíveis fósseis”.

Já há indicadores muito bons, como a estabilidade dos preços durante a crise energética, em vários países europeus, como Portugal, devido às renováveis.

Defende, no entanto, mais rapidez na transição energética e menos burocracia nos procedimentos. Sobretudo, mais agilidade na transposição das leis europeias para o direito nacional.

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