17 jan, 2024 - 19:12 • Fátima Casanova
A Católica prevê um crescimento da economia que não deverá ir além de 1% este ano, já no ano passado terá crescido 2,2%, ligeiramente melhor do que antecipado na anterior folha trimestral do Núcleo de Estudos NECEP.
De acordo com os economistas da Católica, “a informação disponível, se bem que escassa, sugere uma melhoria significativa em dezembro”. A confirmar-se, o valor do crescimento em 2023 fica alinhado com as previsões do Governo.
Já a estimativa de 1% para 2024 “é fruto da base exigente do primeiro semestre de 2023 e não tanto de uma deterioração adicional da conjuntura”, lê-se na folha trimestral da conjuntura da Católica, divulgada esta quarta-feira.
Quanto à “queda do Governo e a convocação de eleições para março deste ano, não altera o essencial do cenário macroeconómico”, mas ao nível das finanças públicas João Borges de Assunção identifica riscos. Em causa, receia “uma rápida deterioração do défice ou uma alteração da trajetória da evolução da dívida pública, em vez de continuar a descer ligeiramente em percentagem do PIB, começar outra vez a subir”.
O coordenador do NECEP acrescenta que “há risco na diferença entre o Orçamento do Estado (OE), que foi aprovado na Assembleia e que, entretanto, já sofreu várias mudanças, com o Governo a deixar cair algumas medidas, portanto já é bastante diferente”.
João Borges de Assunção receia também que “no contexto de campanha eleitoral, algum entusiamo do Governo” possa agravar as finanças públicas.
Este economista avisa ainda que “OE está a ficar mais generoso à medida que os dias vão passando e depois do outro lado, se houver alternância política, também poderá haver uma generosidade associada a questões orçamentais”, conclui.
No que toca a outros indicadores, o desemprego “mantém-se em valores historicamente baixos com 6,6% no quarto trimestre e 6.5% no conjunto de 2023, um sinal positivo apesar da debilidade da economia”. Para 2024 os economistas da Católica preveem 6,7%.
A inflação deverá ficar nos 4,3% em 2023, o que significa quase menos 1% face à zona euro, e para este ano deverá baixar, num cenário central, para os 3%.