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Bancos esperam descida da procura por crédito até março

23 jan, 2024 - 18:32 • Sandra Afonso

Aperto no crédito ao consumo é justificado com a situação e perspetivas económicas em geral.

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Nos primeiros três meses do ano as famílias deverão pedir menos dinheiro emprestado, segundo o último Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito, do Banco de Portugal.

Sobre os últimos meses de 2023, estes dados revelam que aumentaram ligeiramente as restrições na concessão de crédito para consumo e outros fins. Já para as empresas e para a habitação não se registaram alterações, face ao trimestre anterior.

Este aperto no crédito ao consumo é justificado com a situação e perspetivas económicas em geral e, em menor grau, a qualidade creditícia dos consumidores e a respetiva tolerância a riscos.

Destaque ainda para a ligeira diminuição do spread (a margem de lucro dos bancos) nos empréstimos para as PME e nos empréstimos para habitação, sobretudo quando o risco é médio. A concorrência entre instituições bancárias terá conduzido a esta redução dos spreads, segundo o Banco de Portugal.

Empresas e famílias já recorrem menos à banca

Tanto as PME como as grandes empresas diminuíram os pedidos de empréstimo no último trimestre de 2023, sobretudo os pedidos para longo prazo.

Esta tendência é justificada com o nível geral das taxas de juro e a redução das necessidades de financiamento. As PME têm gerado fundos internamente para garantir o financiamento.

Por outro lado, nos últimos meses de 2023 aumentaram também os pedidos de crédito rejeitados às PME e às famílias para consumo.

As famílias também diminuíram ligeiramente os pedidos de crédito no final do ano passado, tanto para compra de casa como para consumo. De novo, a subida dos juros foi um dos motivos apontados, seguido pela confiança dos consumidores, pelas perspetivas para a habitação e pelo recurso a poupanças.

Condições mais apertadas para empresas

A tendência para o primeiro semestre de 2024 será para agravar as condições de acesso a financiamento. Ou seja, nos primeiros seis meses do ano “acresce um ligeiro contributo para tornar os critérios de concessão e os termos e condições no crédito a empresas mais restritivos, relacionado com a perceção e a tolerância a riscos”, explica o BdP.

Segundo este inquérito, no segundo semestre de 2023 os critérios de concessão de crédito foram ligeiramente mais restritivos para empresas das indústrias intensivas. Já para os principais setores de atividade, não houve alterações nas condições e na procura de empréstimos.

Para este ano, até junho, são esperadas mais restrições no crédito para empresas da construção e uma ligeira diminuição da procura de empréstimos pelas indústrias transformadoras.

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