15 mar, 2024 - 16:53 • Redação com Lusa
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentou um resultado líquido de 1.291 milhões de euros, um lucro histórico para o banco público. Os resultados foram anunciados em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Paulo Macedo, o diretor-executivo da instituição, disse na apresentação de resultados, que referentes a estes lucros serão pagos ao Estado 525 milhões de euros em dividendos. No entanto, o banco público anunciou ainda que pretende pagar ao acionista Estado 1.258 milhões de euros, entre dividendos (525 milhões de euros), impostos (529 milhões de euros) e custos de supervisão (204 milhões de euros).
Os lucros foram impulsionados pela margem financeira (a diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos), que duplicou para 2.866 milhões de euros.
Os cinco maiores bancos que operam em Portugal registaram lucros agregados de 4.444 milhões de euros em 2023, mais 72,5% face a 2022. Assim, os lucros de Caixa Geral de Depósitos (CGD), BPI, Millennium BCP, Novo Banco e Santander Totta cresceram 1.867,5 milhões de euros em relação a 2022.
Para estes resultados, contribuiu a valorização da margem financeira -- a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos --, que no acumulado do ano ultrapassou os 9.274 milhões de euros, mais 67,84% que no ano anterior.
O banco público anunciou ainda que pretende pagar ao seu acionista, o Estado, 1.258 milhões de euros, entre dividendos (525 milhões de euros), impostos (529 milhões de euros) e custos de supervisão (204 milhões de euros). Entre os privados, o Santander Totta foi quem apresentou lucros mais elevados em 2023.
Com um aumento de 69,8%, os lucros do Santander Totta atingiram os 1.030 milhões de euros em 2023, contra 606,7 milhões de euros em 2022. A margem financeira da instituição aumentou 90,45% em termos homólogos para 1.491 milhões de euros.
No mesmo sentido, o BCP registou lucros de 856 milhões de euros, contra 197,4 milhões de euros em 2022. No ano em análise, a margem financeira consolidada subiu 31,4%, para 2.825,7 milhões de euros.
Em quarto lugar, o Novo Banco registou um resultado positivo de 743,1 milhões de euros no ano, mais 32,5% que em 2022, tendo a sua margem financeira subido 82,7%, para 1.142,6 milhões de euros.
O BPI viu os seus lucros subirem 42% em 2023, para 524 milhões de euros, enquanto a margem financeira da instituição do Grupo Caixabank escalou 69,6%, para 948,9 milhões de euros.
Em 2023, os lucros dos bancos foram beneficiados pelas altas taxas de juro nos empréstimos e lenta subida das taxas de juro nos depósitos, acabando por beneficiar a margem financeira, já que esta é a diferença dos juros cobrados pelos bancos nos créditos e os juros pagos pelos bancos nos depósitos.
Desde que o Banco Central Europeu (BCE) começou a subir as taxas de juro diretoras em meados de 2022, para combater a inflação, que isso tem tido impacto no aumento dos créditos dos clientes bancários indexados a taxa de juro variável (sobretudo Euribor).