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​Inflação desce na zona euro e facilita novo corte nos juros

30 ago, 2024 - 16:24 • Sandra Afonso

Primeira estimativa do Eurostat aponta para uma descida de quatro décimas de ponto percentual em agosto, para 2,2%. Esta é a taxa mais baixa desde julho de 2021, antes da crise inflacionista.

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Agosto fecha com boas notícias para quem aguarda por uma nova descida nas taxas de juro. Depois de vários países da zona euro terem anunciado descidas na inflação, o Eurostat confirmou esta sexta-feira essa tendência.

Segundo a primeira estimativa do gabinete de estatística da União Europeia, os países que partilham o euro fecharam agosto com a inflação em 2,2%. Ou seja, os preços recuaram quatro décimas, dos 2,6% registados no mês anterior.

Hoje ficou também a saber-se que em Portugal a inflação recuou para 1,9% em agosto. É uma das oito economias do euro que já apresenta uma inflação abaixo do valor de referência de 2%.

Destaque ainda para a Alemanha, a maior economia europeia. Ontem, os mercados reagiram em alta com a descida da inflação no país para 1,9%, com o principal índice bolsista a fixar um novo máximo histórico.

No entanto, cinco Estados-membros ainda registam uma inflação acima de 3%.

É preciso ainda sublinhar que a inflação subjacente (excluindo energia, alimentação, álcool e tabaco), desceu apenas uma décima, de 2,9% em julho para 2,8% em agosto. Por outro lado, a inflação nos serviços até acelerou, de 4% em julho para 4,2% em agosto, o nível mais alto desde outubro do ano passado.

Outro dado a ter em conta é a situação geopolítica e geoeconómica, que mantém um cenário de elevada pressão e incerteza sobre os preços.

Os últimos dados confirmam a estratégia de desinflação adotada pelo Banco Central Europeu, colocam a inflação mais próxima do objetivo dos 2% e reforçam quem defende um novo corte na próxima reunião de governadores, marcada para 12 de setembro.

Ainda assim, dentro do BCE há resistências, com governadores a alertarem para o risco de uma “sensação falsa de conforto” e de uma descida dos juros “demasiado depressa”.

Philip Lane, o economista-chefe do BCE, lembrou há uma semana, no simpósio anual da Reserva Federal norte-americana em Jackson Hole, que “uma trajetória de juros elevados durante demasiado tempo gera uma inflação cronicamente abaixo da meta de médio prazo e será ineficaz em termos de minimização dos efeitos colaterais sobre a produção e o emprego”.

O INE confirmou hoje que o Produto Interno Bruto (PIB) português, no segundo trimestre deste ano, fixou-se nos 1,5%, em termos homólogos. No entanto, economias como a alemã ou a italiana registam problemas de crescimento. Itália cresceu menos de 1% no primeiro semestre e a Alemanha contraiu 0,8% nos primeiros três meses do ano e recuperou apenas 0,3% no segundo trimestre.

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