06 dez, 2024 - 22:38 • Vasco Bertrand Franco , Diogo Camilo
O presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP) vê com preocupação o acordo comercial entre União Europeia e a Mercosul assinado esta sexta-feira.
À Renascença, Álvaro Mendonça e Moura admite que há agricultores que vão sair prejudicados, embora reconheça que certos setores possam sair beneficiados.
“A primeira reação é obviamente de preocupação, porque alguns dos setores agrícolas podem ser afetados”, afirma o responsável da CAP, ressalvando que bens como o vinho e o azeite “possam sair beneficiados”.
Álvaro Mendonça e Moura lembra ainda que este é o primeiro acordo de comércio livre realizado pela Mercosul. “Obviamente, ninguém na Europa gostaria de ver a Mercosul entregar-se completamente nos braços da China ou mesmo dos EUA”, indicou, pedindo atenção aos “efeitos cumulativos do comércio”.
A parceria de comércio e investimento servirá um mercado de 700 milhões de consumidores. Em reação, em Montevidéu, no Uruguai, Ursula von der Leyen sublinhou que o “acordo não é apenas uma oportunidade económica, é uma necessidade política".
O acordo UE-Mercosul abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.
As negociações começaram em 1999, e foram retomadas em 2016 após pararem devido à oposição de produtores de carne e agricultores europeus, e prioridades diferentes entre os líderes europeus e sul-americanos.