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Pedro Marques, comissário europeu? “Não quero apoucar estas eleições ao responder a essa pergunta”

21 fev, 2019 - 00:12 • Eunice Lourenço (Renascença) e Ana Sá Lopes (Público)

O cabeça de lista socialista às eleições europeias garante que não tem ambições de liderança do PS, nem a curto nem a médio prazo. Já ir para a Comissão Europeia é hipótese que deixa em aberto na entrevista ao Hora da Verdade

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Pedro Marques. “Alternativa às taxas europeias é pedir mais impostos aos cidadãos”
Pedro Marques. “Alternativa às taxas europeias é pedir mais impostos aos cidadãos”

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Pedro Marques passou os últimos três anos a negociar fundos europeus como ministro do Planeamento. Desde sábado é formalmente o cabeça de lista do PS e, não respondendo, acaba por admitir ambições a entrar na comissão.

Gostava de ser comissário europeu? Já houve quem dissesse aqui na Renascença [João Taborda da Gama] que mais que cabeça de lista ao Parlamento Europeu é um candidato a comissário.

Eu agradeço a questão, era razoavelmente previsível que ela acontecesse. Eu queria dizer-vos o seguinte: fruto do trabalho do António Costa nestes anos, do prestígio que alcançou a nível europeu, deste exemplo que a nossa forma de governar pôde representar a partir de agora, tenho para mim a profunda convicção que Portugal estará certamente muito bem representado no papel que terá na futura Comissão Europeia. Mas de facto vamos agora disputar eleições ao Parlamento Europeu e eu não queria de maneira nenhuma para apoucar estas eleições, ou retirar-lhes centralidade, ao responder a essa pergunta.

Mas não responde que não. Num futuro, longínquo ou menos longínquo, imagina-se candidato a secretário-geral do PS?

Tenho a felicidade de encabeçar a lista de um partido que não tem problemas de liderança. Temos um secretário-geral que é um orgulho para os socialistas, um primeiro-ministro que será primeiro-ministro por muitos mais anos. Não há uma questão de liderança no PS. Essa é uma questão que para mim nem se põe nem se porá certamente no curto e médio prazo.

Mas é uma questão que se vai colocando no PS e vão-se lendo os sinais. Pedro Nuno Santos é ministro, Fernando Medina estava sentado na primeira fila da convenção. São dois eventuais sucessores de António Costa. Com qual se identifica mais?

Sou muito amigo dos dois. Trabalhei muito com o Fernando Medina, fomos colegas de Governo, jogámos ténis juntos, somos de facto bastante amigos e temos trabalhado muito em conjunto. Trabalho imenso também com Mariana Vieira da Silva, para vos dar outro exemplo. Também com a nossa secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendes. Reparem como é possível identificar uma quantidade de nomes de gente mais jovem do que estamos habituados a ver nestes lugares de destaque, no caso do governo do PS, na bancada parlamentar, na Câmara de Lisboa. Agora tenho a felicidade de ter esse papel no contexto do Parlamento Europeu. De facto, António Costa tem tido uma capacidade notável de preparar o futuro do Partido Socialista e daquilo que serão os futuros protagonistas.

Vamos então contá-los: Pedro Marques, Fernando Medina, Ana Catarina Mendes, Mariana Vieira da Silva, Pedro Nuno Santos e talvez ainda Francisco Assis que não é assim tão velho.

Essa é a riqueza do Partido Socialista. Não só não estamos a mandar figuras do passado para as eleições europeias para apaziguar problemas internos do nosso partido, não os temos. Temos a felicidade de ter um secretário-geral que tem dado espaço de crescimento a muita gente que representa uma nova geração no PS e tem dado provas concretas.

Há duas tendências no PS, uma mais à esquerda que se revê em Pedro Nuno Santos e uma mais central, digamos assim. Que PS vamos ter nesta campanha? É o PS da aliança de esquerda com o Governo ou o PS europeísta muito mais próximo do PSD?

Eu disse no sábado uma frase que desse ponto de vista é esclarecedora: "Não queremos nem a Europa da troika nem a Europa do Brexit". Não somos a direita europeia que procurou sancionar Portugal, a quem tivemos que resistir, nem essa Europa do Brexit, dos aventureirismos, de preparação de saídas que ninguém sabe o que seriam... Ou dessa insatisfação com o projeto europeu que parece que está sempre a raiar a ideia da saída da União Europeia.

Somos um partido profundamente europeísta. Mesmo nos anos difíceis da troika, o PS nunca pôs em causa a posição de Portugal na Europa. Contudo, batemo-nos contra a forma como a Europa queria que governássemos o país. A tendência que está a fazer esta campanha das europeias é a tendência europeísta do Partido Socialista. E essa tendência somos todos, porque nós no PS somos profundamente europeístas, rejeitamos os nacionalismos, rejeitamos a Europa das penalizações e sanções da direita, mas também rejeitamos aventureirismos.

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