23 mai, 2019 - 14:06 • Vasco Gandra, correspondente em Bruxelas
O número de mulheres eleitas para o Parlamento Europeu tem vindo a aumentar ao longo dos anos. Contudo, ainda está longe do número necessário para garantir o equilíbrio de género na instituição comunitária: dos 751 eurodeputados eleitos na última legislatura, apenas 37% eram mulheres.
A representação feminina tem subido em todas as eleições europeias, sem exceção, desde o primeiro sufrágio direto para o Parlamento Europeu, em 1979. Nesse ano, apenas 16% de um total de 410 eurodeputados eram mulheres. Quarenta anos depois, esse número pouco mais do que duplicou.
Em simultâneo, a representação feminina nos Parlamentos nacionais dos Estados-membros tem igualmente subido, em parte devido à aplicação de quotas nas listas eleitorais em alguns países. Mas há mais mulheres no Parlamento da UE do que nos Parlamentos nacionais, onde em média há apenas cerca de 28% de deputadas.
Segundo uma nota do Serviço de Estudos do Parlamento Europeu, existem enormes disparidades entre os Estados-membros ao nível da igualdade de género. Assim, a percentagem de mulheres eleitas para o PE variou bastante: no topo da lista estão a Finlândia (76,9%), Irlanda e Croácia (54,5%) e Suécia e Malta (50% cada); no extremo oposto a Bulgária (17,6%), Chipre e Estónia (16,7%).
Nas últimas eleições europeias, em 2014, os portugueses elegeram 13 homens e 8 mulheres, o que se traduziu em 38% de representantes do sexo feminino. Portugal ficou assim ligeiramente acima da média do PE, situada nos 37%.
Por outro lado, também há pouca representação feminina em lugares de topo na organização do Parlamento da União Europeia. Desde 1979, só houve duas mulheres a presidir à instituição contra dez homens. Dos oito grupos políticos que atualmente compõem a câmara, seis eram, até agora, liderados por homens.