O lamento de Marcelo. "Número muito significativo de portugueses escolheu não escolher"

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamenta a elevada taxa de abstenção e que quase 70% dos eleitores portugueses tenham “optado por não optar” nas eleições deste domingo, “num momento decisivo para a Europa e Portugal”.

“Num momento decisivo para a Europa e Portugal queria cumprimentar os eleitores que, numa percentagem muito significativa, 68,5%, optaram por não optar, o que é legítimo, mas significa aceitarem votos decisivos dos outros. Queria cumprimentar também os que decidiram votar”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa no Banco Alimentar, em Alcântara.

“Ao longo de meses apelei no sentido de evitar o que eu temia. Eu temia o pior, temia uma abstenção de 75 a 80%. Não se atingiu os 70%, mas houve aumento da percentagem de abstenção, o que significa que um número muito significativo de portugueses escolheu não escolher”, lamentou.

O Presidente da República apela aos partidos que “encontrem a forma adequada para canalizar o voto dos 68% dos portugueses para a próxima eleição [para a Assembleia da República] e seguintes”.

Num balanço dos resultados das europeias deste domingo em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa destaca a vitória de uma maioria pró-europeia.

“Olhando para os números, podemos dizer que há maioria clara pró-europeia, que corresponde ao somatório do voto em forças diversas. Mais que ultrapassa os 60%”, afirmou o chefe de Estado.

Questionado se teme dias difíceis na Europa, com a subida da extrema-direira, Marcelo afirma que "o retrato do Parlamento Europeu, tanto quanto se sabe, é um retrato em que continua a haver maioria clara de forças pró-europeias.

"Todas juntas, dá maioria clara no Parlamento Europeu. Aquilo que se previa com uma subida de forças políticas muito críticas e muito cépticas da Europa, aparentemente não ocorre, ocorre a subida de outras forças", analisou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa diz que também os “partidos europeus, olhando para o futuro, saberão tirar lições para mobilizar” os eleitores e reforçar o projeto europeu.

“Reforçar o projeto europeu é não adiar soluções que são urgentes”, alertou o Presidente da República.