12 abr, 2017 - 18:55 • Ângela Roque
Um grupo de cadetes da Academia da Força Aérea vai dar as boas-vindas ao Papa Francisco quando este chegar à base aérea de Monte Real, em Leiria, no dia 12 de Maio.
“Quando o Papa se deslocar à capela da base será recebido pelo coro da Academia, que lhe cantará um cântico mariano”, diz à Renascença o bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Manuel Linda.
Os militares terão também um papel importante nas cerimónias no Santuário. “Não falta quem quisesse transportar o andor de nossa Senhora de Fátima no 13 de Maio, mas, seguindo uma tradição muito antiga, são os cadetes da Academia Militar, que forma os oficiais e futuros comandantes do exército e da Guarda Nacional Republicana, que levam o andor”, explica o bispo.
Este ano, “estão inscritos 180 porque não há capacidade para mais se inscreverem. Porque se abríssemos para 300, teríamos 300 candidaturas! Aquilo são equipas de seis ou de oito e que se revezam e para aí 100 deles terão a honra de levar o andor de Nossa Senhora”.
Foi, entretanto, anunciado que um grupo de 10 militares, todos da Brigada de Reacção Rápida (Tancos), vai também ligar o Vaticano a Fátima de bicicleta. A peregrinação terá início dia 26 de Abril, na Praça de São Pedro, em Roma, com chegada prevista ao para 12 de Maio, ao Santuário. Vão fazer 3 mil quilómetros em 17 dias, com passagem pelo santuário mariano de Lourdes, em França.
À Renascença, D. Manuel Linda diz que as peregrinações são sempre momentos vividos com grande intensidade na diocese castrense. “É uma dimensão muito curiosa. Há uma espiritualidade simples, mas visível, e nesta espiritualidade tem sempre lugar a peregrinação”. A Fátima, mas não só: “Vamos sempre a Lourdes, à grande peregrinação internacional. E fizemos há tempos uma peregrinação à Terra Santa. Fomos 84, um número absolutamente recorde.”
Para além destas iniciativas relacionadas com as cerimónias de Maio, já na próxima semana um grupo de 100 militares irá a pé a Fátima. Vão partir dia 18 de Abril, da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações, em Lisboa.
“Não ponho de lado a hipótese de um dia os acompanhar”, diz D. Manuel Linda, mas desta vez só estará “na oração de envio, e depois vou recebê-los à chegada a Fátima, para celebrar a missa”. Não tem dúvidas de que este será um momento muito especial para quem participa. “Quem vir 100 pessoas a caminhar na estrada, porventura nem saberão que são militares, porque vão sem farda. Dez ou 15 serão polícias.”
A grande peregrinação nacional dos militares ao santuário de Fátima acontece este ano a 1 e 2 de Junho.
A entrevista ao bispo das Forças Armadas e de Segurança vai ser transmitida na Renascença no próximo sábado, entre as 20h00 e as 21h00, no âmbito da programação especial de Páscoa. D. Manuel Linda fala do seu percurso vocacional, da importância que tem a assistência religiosa dada aos militares por cá e nas missões exteriores em que participam, como a de manutenção da paz na Bósnia – uma presença não apenas nos momentos celebrativos, mas no dia-a-dia. Comenta, ainda, a possibilidade de regresso do serviço militar obrigatório face ao actual contexto internacional de insegurança.