13 mai, 2017 - 12:10 • Aura Miguel
Os doentes devem viver a sua vida como dom e oferecer os seus sofrimentos pela salvação do mundo. E os cristãos devem ver neles o mesmo “Jesus escondido” que está no sacrário e que São Francisco Marto falava. “A aceitação paciente e até feliz da vossa condição é um recurso espiritual, um património para cada comunidade cristã”, disse o Papa Francisco aos doentes, num dos momentos mais emotivos desta sua vista apostólica.
“Amados peregrinos, diante dos nossos olhos, temos Jesus escondido mas presente na Eucaristia, como temos Jesus escondido, mas presente, nas chagas dos nossos irmãos e irmãs doentes e atribulados”, disse o Papa Francisco diante da custódia com o Santíssimo Sacramento e tendo os doentes à sua direita.
Primeiro, o Papa fez um prolongado tempo de oração diante do Santíssimo enquanto no santuário se cantava a oração ensinada pelo anjo aos pastorinhos: “Meus Deus, eu creio, adoro, espero e amo-vos. Peço-vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam.”
Francisco desafiou todos a voltar a ouvir a pergunta que Maria fez aos pastorinhos – “Quereis oferecer-vos a Deus?” – e a dar a mesma resposta: “Sim, queremos!” . E também os doentes, continuou o Papa, devem oferecer a sua vida porque ela é dom, mesmo com chagas físicas ou espirituais.
“Vivei a vossa vida como um dom e dizei a Nossa Senhora, como os pastorinhos, que vos quereis oferecer a Deus de todo o coração. Não vos considereis apenas receptores de solidariedade caritativa, mas senti-vos inseridos a pleno título na vida e missão da Igreja”, disse o Papa aos doentes.
"A vossa presença silenciosa, mas mais eloquente do que muitas palavras, a vossa oração, a oferta diária dos vossos sofrimentos em união com os de Jesus crucificado pela salvação do mundo, a aceitação paciente e até feliz da vossa condição são um recurso espiritual, um património para cada comunidade cristã. Não tenhais vergonha de ser um tesouro precioso da Igreja", acrescentou.
Depois, o Papa abençoou os doentes com o Santíssimo Sacramento, gesto que foi repetindo ao longo da colunata onde estavam centenas de doentes. Logo depois da primeira bênção, uma mulher com uma criança ao colo aproximou-se de Francisco, que os acolheu com um gesto de ternura.
A Renascença acompanha a viagem do Papa
Francisco. Apoio Santa Casa da Misericórdia de Lisboa