13 mai, 2017 - 13:20 • e Bárbara Afonso (edição vídeo)
Manhã de 13 de Maio em Fátima. Ouviam-se os passarinhos, as passadas dos peregrinos, e, ao fundo, a música do coro do santuário a preparar as cerimónias. À saída da Casa de Nossa Senhora do Carmo, agentes da GNR preparavam-se para a passagem da comitiva do Papa. Junto às grades, a família de Conceição e Rafael Graça esperava expectante por Francisco, o pai nitidamente convencido de que iria conseguir passar Luisinha, de meses, para o colo do Papa.
As três irmãs mais velhas da bebé, Carmo, Luz e Inês, encostavam as carinhas às grades e ajudavam a fazer a claque. Mais membros da família, crescidos e pequeninos, acompanhavam os Graças junto à grade. Um grupo de peregrinas mais velhas ajudavam a manter a ordem.
Às 9h30, passa o primeiro-ministro, António Costa, com a sua mulher, mas por trás de onde espera a multidão. O Papa vai sair para rezar junto ao túmulo dos pastorinhos. Minutos depois, os agentes de segurança dizem, calmamente: “agora é que é”.
Tudo se passa em poucos segundos.
O segurança do Papa diz ao auricular “piccolo bambini”, enquanto Rafael Graça segura Luisinha à frente das grades. O Papa passa de carro, pára e Luisinha recebe uma festinha da mais alta figura da Igreja Católica. Outra menina é também levada para o colo de Francisco. E as mães choram, emocionadas e sorridentes, enquanto Francisco segue o seu caminho.
“Vamos mandar para as professoras!”, diz Conceição às filhas, que batem palmas. Uma das peregrinas mais velhas assegura que “filmou tudo” com o telemóvel.
À Renascença, Conceição Graça descreve o momento: “Viemos cá ver o Papa com as filhas todas, as quatro, rezar, e a mais pequenina foi ao colo do Papa. A Carminho, que é a mais velha, já tinha ido ao colo do Papa Bento XVI e agora é a Luisinha ao colo do Papa Francisco. Acordaram todas às quatro da manhã para ver o Papa!”
“Mas valeu a pena”, acrescenta a mãe. “Valeu, valeu”, sublinha o pai, Rafael. Luisinha brinca com os microfones dos jornalistas, ri e refila. As irmãs dizem-se muito contentes.
“Para nós, como família católica que somos, é muito bom”, diz Conceição. “E rezar com o Papa também”, completa o marido. “Os católicos já rezam com o Papa e estão próximos do Papa todos os dias, hoje é só uma ocasião para estar perto fisicamente. Mas já estamos perto do Papa todos os dias.”
E as filhas vão-se lembrar mais tarde do encontro com Francisco? “Ah, lembram, lembram, fica alguma coisa, fica a confusão, a tentativa, fica de certeza! E isso é uma semente”, sorri a mãe, “ir ao colo do Papa, não importa qual é”.
“Não sei se é propriamente uma bênção”, diz ainda Rafael. “Sei que ir ao colo do Papa em Fátima são duas das coisas mais importantes para o católico: é o amor ao Papa e o amor a Nossa Senhora. O resto, se é bênção, não sei se a criança vai ficar especialmente protegida. Mas é importante.”