11 mai, 2018 - 10:00 • José Pedro Pinto
A entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões é, por si só, um aliciante que motiva qualquer equipa, seja ela de grande, média ou pequena dimensão. São sempre muitos milhões em perspetiva, seja de prémio inicial, compensações por jogo, "poule" de direitos televisivos ou mercado de marketing e publicidade.
Há uma "cenoura" bem apetitosa à frente de todos os emblemas candidatos à edição 2018/19 da liga milionária. E, sabendo-se que o campeão nacional FC Porto tem presença garantida, o segundo classificado terá de ultrapassar quatro jogos para se juntar aos azuis e brancos. Ou seja, a equipa vice-campeã, Sporting ou Benfica, começará na terceira pré-eliminatória e ainda precisará de ir ao "play-off", rondas decididas a duas mãos.
"Tlim, tlim, tlim". Está a ouvir? São muitos milhões a "pingar"
A partir da próxima época, tudo muda. E para melhor. Muito melhor. Logo à partida, serão 15 milhões de euros a entrar nas contas dos clubes que se apurem para a fase de grupos da Champions, mais 2,3 milhões do que até agora. Por vitória, passa de 1,5 milhões para 2,7 e, por empate, a recompensa passa de 500 mil para 900 mil euros.
Mas espere. Ainda há mais. A UEFA decidiu abrir definitivamente os cordões à bolsa e acrescenta, a todo este "bolo" milionário, um bónus que premeia os clubes com melhores prestações nas competições europeias dos últimos dez anos. Claro, com recurso ao "ranking" da organização.
Vamos a contas. As 32 equipas a ser apuradas para a fase de grupos serão ordenadas em função dos tais resultados da última década. Todas encaixarão os tais 15 milhões de euros e, depois, será usado um fator de multiplicação de 1,1 milhão. Simplificando, com dois exemplos práticos do "ranking": o Real Madrid, número um, recebe mais 32x1,1 milhão de euros e o Barcelona, segundo, recebe 31x1,1 milhão. E por aí fora.
FC Porto e Benfica acima dos 40 milhões, Sporting aponta a mais de 20 milhões
O FC Porto é oitavo no "ranking" da UEFA e tem à sua espera uns garantidos 43,6 milhões de euros.
Já o Benfica, 10º no coeficiente dos clubes europeus a dez anos - mas que ficará "ex-aequo" com os dragões caso chegue à fase de grupos e em virtude da exclusão de dois clubes ingleses melhor posicionados no "ranking", Chelsea e Arsenal -, pode vir a receber 42,5 milhões.
Quanto ao Sporting, em virtude da pouca relevância desportiva das campanhas europeias da última década, surge em 34º na hierarquia do futebol do velho continente. A manter-se este posto, os leões preparam-se para receber qualquer coisa como 22 milhões de euros.
Todavia, o cenário pode ser bem melhor para os lados de Alvalade. Sempre e quando se confirme a ausência da Champions de outros clubes que correm ainda o risco de não figurar na competição. No melhor dos cenários, o Sporting pode fechar a atual temporada em 24º, "saltando" para um prémio de 24,9 milhões de euros.
Ricciardi sobre quem deixar cair a bola. "Grande desvantagem económica em relação aos outros dois"
O conhecido sócio do Sporting, José Maria Ricciardi, figura incontornável do universo verde e branco, já teve a oportunidade de explicar, "descomplicando" a calculadora financeira, o impacto que uma ausência da Champions, na próxima época, poderá ter até na competitividade interna do campeonato português.
"Do ponto de vista económico, [esta situação] vai pôr um problema para os três grandes. Aquele que ficar fora da Liga dos Campeões ficará com uma grande desvantagem económica em relação aos outros dois. Terá muito menos receitas e a Liga dos Campeões é uma montra importantíssima para valorizar jogadores. Quem ficar em terceiro partirá com uma desvantagem de 20 milhões de euros, o que é considerável", observou o banqueiro, na altura à margem de uma visita ao Estoril Open em ténis.
Tem a palavra a última jornada da Primeira Liga
Agora é ver quem mais corre na 34ª e última jornada do campeonato, agendada para este fim-de-semana e com o epicentro da batalha pela Champions agendado para o final da tarde de domingo.
Sporting e Benfica partilham o segundo lugar, com 78 pontos - vantagem verde e branca, devido ao confronto direto com os encarnados - e têm jogos de grau de dificuldade distintos, no plano teórico.
Os leões visitam o Marítimo, numa tradicionalmente difícil deslocação à Madeira mas com os insulares já sem objetivos para atingir no campeonato; as águias recebem, na Luz, um Moreirense que ainda não tem a permanência assegurada.