10 jan, 2019 - 13:05 • João Paulo Ribeiro, com redação
O Freamunde atravessa uma grave crise financeira e institucional, tem salários em atraso e há relatos de jogadores despejados das suas casas, por falta de pagamento. Esta quinta-feira, os atletas vão reunir com a direção e em cima da mesa estará a possibilidade da extinção da equipa sénior.
Joaquim Evangelista manifesta preocupação com a situação e defende, até porque não se trata de situação única no futebol português, que "é o momento de exigir às entidades competentes que tenham uma atenção especial e verifiquem o que se está a passar, porque está em causa a própria credibilidade das competições e a imagem do futebol".
"[Esta situação] Está a pôr em causa a dignidade dos profissionais e dos funcionários. É um caso recorrente do futebol português. Na minha opinião, o que está em casa são as relações SAD - Clube, os dirigentes não se entendem e quem está a pagar essa fatura é são os jogadores e o treinador", disse a Bola Branca, o presidente do Sindicato dos Jogadores.
Joaquim Evangelista revela, ainda, que do "ponto de vista do incumprimento salarial, a situação não
é grave no sentido de que não há um incumprimento elevado". Venceu-se agora o
segundo mês. Obviamente que atendendo a que estamos a falar de salários baixos
isso tem uma repercussão maior na vida destes jogadores, que são a maioria deles
amadores", acrescenta.
Evangelista está especialmente preocupado com os jogadores estrangeiros que "não têm, nesta altura, as condições de habitação e alimentação adequadas". "Temos estado a acompanhar a situação do ponto de vista jurídico, do ponto de vista da resposta financeira, em articulação com o capitão de equipa e com o treinador. Ainda ontem foi lá o nosso delegado para ver as condições dos cinco jogadores estrangeiros, e, portanto, desse ponto de vista haverá uma resposta adequada. Os jogadores preferiram aguardar hoje uma reunião que vai haver com a direção e depois tomar uma posição e acionar os mecanismos desportivos e regulamentares, nomeadamente o fundo de garantia salarial, ou a tomada de posição relativamente à competição", concluiu.
O Freamunde, que há duas épocas jogava na II Liga, foi despromovido duas épocas seguidas e está a disputar a Divisão de Elite da AF Porto.