18 jan, 2019 - 15:16 • Redação
Rui Pinto, o "hacker" português que foi um dos denunciantes do caso do "Football Leaks", estava a colaborar com o Ministério Público francês quando foi preso na Hungria esta semana, anunciou um dos seus advogados, William Bourdon, esta sexta-feira.
"Existia uma cooperação ativa entre Rui Pinto e e o Parquet National Financier [PNF, o departamento do Ministério Público francês responsável sobre crimes financeiros]."
O português de 30 anos foi detido na quarta-feira na Hungria, sob um mandado de captura por parte das autoridades portuguesas, e aguardará em prisão domiciliária a decisão de extradição para Portugal.
O Ministério Público abriu um inquérito em França após os indícios de fraude fiscal, relacionados com os documentos tornados públicos no "Football Leaks". O Paris Saint-Germain, Lucho González (quando jogava no Marselha), Di Maria e Javier Pastore eram os principais envolvidos no caso.
Rui Pinto estaria também preparado para iniciar uma colaboração com o Ministério Público suíço, em relação a uma investigação sobre Gianni Infantino, presidente da FIFA, e um magistrado helvético, Rinaldo Arnold.
Depois da detenção do "hacker" português na quarta-feira, os advogados justificaram a sua conduta num comunicado enviado às redações no dia seguinte, alegando que o seu cliente denunciou "práticas criminosas".
"O Sr. Rui Pedro Gonçalves Pinto tornou-se num importante denunciante europeu no âmbito dos chamados Football Leaks, relembrando-se que muitas revelações feitas ao abrigo destas partilhas de informação estiveram na origem da publicação, durante vários anos, de notícias que deram lugar à abertura de muitas investigações em França e noutros países europeus", pode ler-se.