31 jul, 2019 - 06:54 • Isabel Pacheco
Foi um processo tumultuoso, mas Rui Rio conseguiu aprovar as listas de candidatos às próximas eleições legislativas. Foi pelas 3h00 da madrugada que terminou a reunião do Conselho Nacional do partido, em Guimarães. À saída, o presidente do PSD mostrava-se por isso satisfeito.
Apesar de muitos ataques, por ter excluído das listas de candidatos os críticos da sua liderança, Rui Rio passou mais um teste interno e as listas acabaram por ser aprovadas por 74% dos votos.
“Um bom resultado”, resumiu Rui Rio que, no final do encontro, desvalorizou a “turbulência” em torno da escolha dos candidatos à Assembleia da República. Afinal, “até foi um processo razoávelmente pacífico”, ironizou.
“Os únicos processos, que me lembre, que não foram tão turbulentos foi quando o PSD estava no poder e o presidente do PSD era primeiro ministro”, recordou.
Mas se, aparentemente, acabou pacífico, não foi assim que começou a reunião laranja que decorreu em Guimarães. Bruno Vitorino, líder da distrital do PSD de Setúbal, largou as críticas logo à porta do encontro ao classificar de “pouco democrático” todo o processo de escolha dos nomes às eleições de outubro.
“Aprendi neste processo que é melhor ter um amigo na nacional do que ser líder de uma distrital”, lamentou o social democrata que assumiu que, enquanto militante do PSD, está disponível para votar no partido, mas “não em Rui Rio”.
Já durante o decorrer do Conselho Nacional foi a vez de Hugo Soares reafirmar a sua oposição à liderança do partido. O antigo líder da bancada parlamentar que, está fora das listas da distrital de Braga, comparou o veto do seu nome pela Comissão Política Nacional como “uma medalha ao peito porque é um veto cheio de futuro”.
O nome do apoiante de Fernando Montenegro foi “o único veto da Comissão Nacional do PSD”, explicava antes o vice-presidente do partido José Silvério que justificava a decisão com as “declarações de vontade do próprio que sempre afirmou publicamente a sua indisponibilidade para integrar as listas com este presidente”.
Críticas à parte, as listas do PSD às próximas eleições foram aprovadas por 74% de votos favoráveis ou com mais de 80% se consideramos as 10 abstenções da noite.