27 ago, 2019 - 18:28 • João Pedro Barros
“Não somos ‘ocupas’ nem revolucionários”, começou por esclarecer Pedro Santana Lopes à Renascença. Porém, cerca de 40 militantes do partido deslocaram-se na tarde desta terça-feira à sede da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC), em Lisboa, para exigir uma posição do organismo sobre a presença nos média dos pequenos partidos na campanha para as legislativas de 6 de outubro.
“Como sabe tem saído notícias sobre debates entre partidos que já estão na Assembleia. Mas então e os outros? Nas europeias ainda se disse que vai haver dois debates no cabo. Desta vez nada, nem se fala nisso! É um estado de direito condicionado”, queixou-se.
Para o presidente do Aliança, “são as televisões, na prática, que escolhem os parlamentos”. “Se tivermos televisão duas ou três vezes por semana garanto que temos pelo menos 5%”, declarou Santana Lopes, que deu o exemplo da cobertura mediática do percurso que o primeiro-ministro António Costa está a fazer pela Estrada Nacional 2.
“Estou na sétima semana de roteiros temáticos. Não apareceu uma televisão durante estas semana todas. Rádios algumas, poucas. O senhor primeiro-ministro nem deve ter tempo para receber as visitas de órgãos de comunicação social. Não pedimos um tempo igual aos maiores, mas uma regra: um terço, um quarto, um quinto”, exclamou.
“Estatização excessiva”, diz Santana
O Aliança diz ainda não ter sido notificado da decisão sobre uma queixa apresentada acerca da cobertura das eleições europeias e garante ter sido encaminhado pela Comissão Nacional de Eleições e pelo Presidente da República para a ERC. No entanto, saíram da sede do organismo com a promessa de que vão ser “notificados muito rapidamente” sobre esse assunto.
Santana Lopes assegura ainda que o equilíbrio da informação em Portugal é posto em causa por ação do Governo e ameaça com queixas às instâncias internacionais: “Temos uma estatização excessiva. Temos de lutar pela liberdade, um Portugal livre. E também quisemos cá vir antes de protestarmos junto de entidades internacionais e expor o que se passa. Vamos para o Parlamento Europeu, para o Conselho da Europa, para organizações internacionais de jornalistas. Porque o mundo tem de saber o que se passa em Portugal”.