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Do “Portugal offshore” ao “fim de benefícios fiscais”. Frases fortes do debate Assunção Cristas vs. Catarina Martins

03 set, 2019 - 23:06 • Redação

Líderes do Bloco de Esquerda e do CDS estiveram frente a frente num debate para as legislativas de 6 de outubro e concordaram em discordar.

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Impostos, impostos e mais impostos, preferências entre público e privado e um ajuste de contas com o passado mais ou menos recente marcaram o debate para as eleições legislativas desta terça-feira, na RTP3, entre Catarina Martins, do Bloco de Esquerda (BE), e Assunção Cristas, do CDS.

A líder centrista reafirma que a sua prioridade “libertar as famílias e as empresas da maior carga fiscal de sempre” e da "austeridade encapotada" aplicada aos portugueses pelo Governo da "Geringonça". “Acho boa ideia desfazer o enorme aumento de impostos do Governo da dra. Cristas”, respondeu Catarina Martins.

Assunção Cristas olha para o programa do BE e vê mais despesa e impostos. Acusa os bloquistas, nomeadamente, de defenderem o fim de benefícios fiscais, taxas sobre mais-valias quando uma família vende uma casa para comprar outra e de querem obrigar as pessoas que ganham o salário mínimo nacional a pagar impostos, com o “fim do mínimo de existência”.

“A proposta do BE para o futuro não é baixar impostos, é aumentar para a classe média. Diz no programa que quer acabar com 127 benefícios fiscais: deduções de saúde, para quem tem filhos pequenos, nas mais-valias de quem vende uma casa para comprar outra. O BE quer acabar com isso para combater abusos? Taxar a venda de uma habitação não me parece que seja abuso. O BE propõe-se aumentar a carga fiscal e a dívida para pagar o seu programa, como confessa em alguns pontos do programa”, argumenta Assunção Cristas.

Catarina Martins aconselhou a líder do CDS e “ler melhor” o programa eleitoral do Bloco de Esquerda e ripostou: “o que o Bloco propõe nas mais-valias tem a ver com o tempo que se tem o imóvel para taxar operações especulativas”, frisou.

A líder bloquista acusa o CDS de querer transformar o país num paraíso fiscal, em concorrência com outros Estado europeus. “O mais prejudicial no programa do CDS? Esta ideia do Portugal offshore, que dinamizamos a economia baixando os impostos das empresas, competindo com a Irlanda e o Luxemburgo”, sublinhou.

Em alternativa às medidas do CDS, Catarina Martins defende mais investimento público e uma reposição dos escalões de IRS, “porque houve um enorme aumento de impostos no anterior Governo” PSD/CDS, do qual Assunção Cristas fez parte.

A líder do CDS saiu em defesa da honra própria e do anterior Governo: “quer comparar um tempo de normalidade com um tempo de excecionalidade? O enorme aumento de impostos de Vítor Gaspar foi revogado pela carga fiscal máxima de Centeno”, que não teve que governar com a troika em Portugal, atirou.

Catarina Martins devolveu as críticas: "não sei que famílias é que a dra. Assunção Cristas conhece, mas as que eu conheço lembram-se do enorme aumento de impostos de Vítor Gastar e hoje pagam menos impostos".

Público ou privado?

A líder do Bloco de Esquerda defende que o investimento público vai ser "essencial" nos próximos anos. "Temos um problema: ou o país investe ou não seremos capazes de resolver os problemas que temos", afirmou. Defende, por exemplo, mais dinheiro para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para a escola pública, que sofreram "cortes brutais no tempo da troika".

Sobre o financiamento público dos privados na saúde, Catarina Martins garante que o programa do BE defende situações de exceção: "quando o SNS não dá resposta é preciso contratualizar com o privado".

A coordenadora do Bloco considera que o CDS não quer creches públicas nem SNS, mas sim "contratualizar com privados", o que coloca "o país mais frágil nas mãos dos privados e o CDS não diz como paga isso. O Bloco quer um Estado social forte e diz como paga", salientou.

Assunção Cristas concorda "em absoluto" que sem investimento o país não avança, "mas tem de ser investimento privado, como provaram os últimos quatro anos". Na zona euro, argumentou, o pior país em investimento público foi Portugal. "Se houve coisa que puxou o país foi o investimento privado, não foi o público", atirou a líder do CDS.

A antiga ministra defende uma "saúde centrada no utente, um Estado social de parceria. Nas creches e na saúde". "Temos listas de espera para consultas, atrasos nas cirurgias... O mais importante para pessoa é ter consulta ou operação em tempo útil, no público ou no privado”, salientou Assunção Cristas no debate para as eleições legislativas de 6 de outubro.

Comentários
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  • Carlos Costa
    04 set, 2019 10:38
    Ficou claro que o BE é uma máquina de criar impostos, que não assume a deterioração dos serviços públicos e promete o que não conseguiu em 4 anos!

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