14 set, 2019 - 23:04 • Paula Caeiro Varela , João Pedro Barros
A uma semana do arranque oficial da campanha para as eleições legislativas de 6 de outubro, Assunção Cristas acusou André Silva, do PAN, de ter uma agenda autoritária e proibicionista. A acusação foi feita num debate este sábado, na RTP.
“O PAN tem uma agenda profundamente ideológica, ditatorial e autoritária, que quer impor a toda a gente. O PAN tem no seu programa eleitoral que se deve acabar com os apoios da Política Agrícola Comum a toda a Europa, à carne e ao leite. Iríamos ter, se calhar, a carne de cinco euros a custar 15 euros, o leite a 1,5 euros por litro e uma alimentação bem deficiente do ponto de vista da proteína animal”, sublinhou Cristas.
A líder centrista diz que o Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza quer impor um estilo de vida, que passa pela obrigação da adesão ao vegetarianismo.
“Percebo e respeito todos as pessoas que querem fazer essa opção, mas é importante perceber que, no Mundo e em Portugal, essa opção não é viável para todos as famílias”, acrescentou.
Esse foi um dos temas do frente a frente na RTP, com André Silva a ser confrontado também com a proposta para que os eventos da administração pública passem a ter refeições obrigatoriamente vegetarianas. O deputado do PAN defendeu-se, dizendo que se trata de uma opção.
“Não é impor uma regra. É fazer com que as refeições, por defeito, em vez de ser como são, sempre de carne, possam ser vegetarianas. Com a liberdade, ao contrário do que disse a Assunção Cristas, de cada um escolher”, replicou.
PAN fala em despesismo do CDS
Por sua vez, o Líder do PAN acusou o CDS de prometer tudo a todos, com um programa eleitoral que pode comprometer o equilíbrio das contas públicas.
"Nós, ao contrário do CDS, não propormos baixar todos os impostos, com contas que, como tem sido demonstrado, nos podem levar a uma situação financeira calamitosa. Aquilo que nós propomos é que, independentemente das propostas que tenhamos, haja sempre um princípio norteador de boas contas e gestão de dinheiros públicos", declarou.
Assunção Cristas revelou-se "estupefacta" com a acusação e falou em "falta de memória" e "desonestidade politica", lembrando que foi o PS quem conduziu o país a um resgate financeiro e que o PAN foi um dos partidos que aprovaram no Parlamento o Programa de Estabilidade do Governo, no qual o CDS baseou a sua orientação macro-económica.