23 set, 2019 - 11:17 • Marta Grosso
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“É bom ver líder do PSD mais forte” nos debates, “porque o que Rio mostra no dia a dia é fraco, não faz oposição e nos debates eleva-se um pouco”, considera Henrique Raposo, comentado da Renascença. Ainda assim, acrescenta Raposo, “parece o vice-primeiro-ministro do António Costa”.
Já Jacinto Lucas Pires divide o Debate da Rádio desta segunda-feira em dois momentos: “No primeiro ato, Rio parece ter ganhado com a cultura de promiscuidade do PS, mas depois zangou-se com a Graça Franco, uma das moderadoras, e ganhou um tom mais irritadiço e aí, gradualmente, António Costa tomou conta da peça.”
O frente a frente entre os líderes dos dois principais partidos foi moderado por Graça Franco (Renascença), Anselmo Crespo (TSF) e Natália Carvalho (Antena 1).
Os “Centenos” de cada um dos candidatos marcou um dos momentos do debate. Henrique Raposo considera que o que o ministro Mário Centeno socialista fez no seu mandato foi cumprir o programa do Gaspar e de Passos Coelho (PSD).
“Foi contra esse programa que António Costa fez campanha nas últimas eleições”, recorda, considerando por isso que tal pode ser “um problema” para o eleitorado PS.
Jacinto Lucas Pires discorda um pouco, considerando que o discurso da austeridade não colhe no atual Governo.
No campo da educação, Lucas Pires considera que “Rio meteu os pés pelas mãos e Costa acabou por ganhar”, porque fez “um discurso problemático da disciplina”, que explicou mal e isso “dá asneira”.
Era preciso que desse medidas concretas, defende o comentador. Essa concretização surgiu depois, nas declarações pós-debate aos jornalistas.
Henrique Raposo chama a atenção para o que António Costa disse sobre a autonomia das escolas. “Gostava de ver Rio a dizer o mesmo”, confessa.
O comentador assumido de direita considera que a autonomia das escolas foi “uma boa experiência destes quatro anos. O diretor tem de ter autonomia para adaptar a escola ao seu contexto”.
Mas houve temas em que o vencedor foi Rui Rio: o diferencial dos salários nas empresas e o “familygate”.
“A desigualdade salarial tem de ser debatida e acho interessante em anexar o diferencial à média europeia”, afirma Henrique Raposo.
Jacinto Lucas Pires concorda e destaca que esta “não é tanto uma questão ideológica de direita ou esquerda, é a ideia de que a economia precisa”.
Quanto ao “familygate”, “Costa defendeu-se como pôde, mas acho que Rio ganhou”, afirma Lucas Pires.
“Rio esteve bem e Costa saiu-se mal, porque é um problema do PS. O PS tem um problema de nepotismo. Há quem chame ao partido ‘A família’”, destaca Henrique Raposo.
António Costa e Rui Rio estiveram frente a frente na Faculdade de Medicina Dentária, em Lisboa, num debate moderado por três rádios: Renascença, TSF e Antena 1.