24 set, 2019 - 00:45 • João Pedro Barros
Assunção Cristas e António Costa protagonizaram os momentos mais acesos do debate a seis desta segunda-feira sobre as eleições legislativas, emitido na RTP, e até a proximidade na mesa entre os dois ajudou. O derradeiro ataque surgiu já nas declarações finais, com a líder do CDS a frisar precisamente que se tratava da última oportunidade numa discussão do género para falar de “corrupção” e das demissões no Governo socialista, a última das quais foi do secretário de Estado da Proteção Civil, Artur Neves, esta quarta-feira, a propósito das golas antifumo.
“Os seus parceiros e a comunicação social não perguntam sobre os casos que aconteceram neste Governo. Cinco membros do Governo foram constituídos arguidos, saíram cinco em quatro anos entre Tancos, Galpgate e a Proteção Civil. Hoje, o presidente da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que está constituído arguido, diz que só sai se o primeiro-ministro o demitir. E o primeiro-ministro está calado, acho uma coisa extraordinária”, declarou a líder centrista.
Depois, continuou: “Diz que não faz muito campanha porque tem de governar, mas não é capaz de governar isto e de nos dizer alguma coisa. Acho que isto é uma vergonha nacional”. Face a uma referência do socialista a uma herdade, respondeu também a uma alegada insinuação: “Nunca tive uma herdade no Alentejo, não tenho fortuna e se tivesse estaria em Angola, onde a minha família deixou tudo e não foi devidamente indemnizada”.
A única resposta que António Costa esboçou foi irónica - "não vale a pena estender o dedinho" -, apesar de ter tido direito, de seguida, a uma última intervenção. Optou por abordar “uma medida central” do seu programa, o “plano de combate ao insucesso escolar”.
Após o ambiente acalmar, e já no derradeiro momento do debate, Costa ofereceu a Assunção Cristas um recorte de jornal em que defenderia o fim do regadio no Alentejo. A oferta foi retribuída com a legislação sobre o eucalipto, aprovada em 2013 pelo Governo de que a então ministra do Ambiente fazia parte. “Aposto que nunca a leu”, atirou.