25 set, 2019 - 13:08 • Paula Caeiro Varela com Redação e Lusa
O presidente do PSD, Rui Rio, disse, esta quarta-feira, não ver qualquer envolvimento do Presidente da República no caso de Tancos e considerou “leviano” que se possa fazer essa tentativa.
Rui Rio foi questionado, durante uma ação de campanha na Vidigueira, sobre como via o envolvimento no caso Tancos do nome do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que já veio publicamente rejeitá-lo e dizer que "não é criminoso".
“Envolvimento do Presidente da República não vejo nenhum”, começou por dizer Rui Rio.
Questionado sobre as notícias em que o chefe de Estado aparece no âmbito deste processo, o líder do PSD defendeu que é preciso “muito cuidado” ao envolver o nome de qualquer Presidente da República em processos judiciais.
“Eu acho que é leviano envolver o Presidente da República numa polémica destas, não o devemos fazer”, vincou.
Na terça-feira, em Nova Iorque, o Presidente da República reiterou nunca ter sido informado, por qualquer meio, sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos, e sublinhou que "é bom que fique claro" que "não é criminoso".
"Espero que seja a última vez que falo sobre a matéria, até porque se aguarda a todo o momento a acusação, no caso de ela existir, e o que haja a investigar contra quem quer que seja, sem qualquer limitação, seja investigado", afirmou.
A TVI noticiou nesse dia que o major da PJ Militar Vasco Brazão se referiu, numa escuta telefónica, ao Presidente da República, como o "papagaio-mor do reino", que, segundo ele, sabia de tudo.
Em declarações à TVI, o advogado de Vasco Brazão, Ricardo Sá Fernandes, afirmou que tal afirmação "não teve em mente atingir o Sr. Presidente da República".
"De resto, o meu representado não tem conhecimento que o sr. Presidente da República estivesse a par dos factos relativos ao achamento do material de guerra furtado em Tancos", disse Ricardo Sá Fernandes, àquela televisão.
O furto de armas de guerra nos paióis de Tancos foi divulgado em 29 de junho de 2017.
Um dos arguidos do processo é o ex-ministro da Defesa Nacional José Azeredo Lopes, que está proibido de contactar com os outros arguidos, com o seu ex-chefe de gabinete e com o antigo chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte.