25 set, 2019 - 12:08 • Cristina Nascimento com Redação
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, diz que não tem nenhum moitvo para pôr em causa a palavra do Presidente da República sobre o caso de Tancos.
"Eu ouvi declarações do Presidente da República a afirmar claramente que nada tem a ver com qualquer situação menos clara. É a palavra do Presidente, não tenho nenhuma razão para suspeitar", declarou o líder dos comunistas, esta quarta-feira, durante uma ação de campanha da CDU, em Viana do Castelo.
"Recentemente, o senhor Presidente afirmava que era preciso fazer as averiguações e o apuramento dos factos todos. Portanto, faça-se esse apuramento dos factos e, com certeza, encontraremos a resposta", acrescentou.
"Por enquanto, vale a palavra do Presidente e vale essa necessidade de apuramento dos factos", rematou o secretário-geral do PCP.
Na terça-feira, em Nova Iorque, o Presidente da República reiterou nunca ter sido informado, por qualquer meio, sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos, e sublinhou que "é bom que fique claro" que "não é criminoso".
"Espero que seja a última vez que falo sobre a matéria, até porque se aguarda a todo o momento a acusação, no caso de ela existir, e o que haja a investigar contra quem quer que seja, sem qualquer limitação, seja investigado", afirmou.
A TVI noticiou nesse dia que o major da PJ Militar Vasco Brazão se referiu, numa escuta telefónica, ao Presidente da República, como o "papagaio-mor do reino", que, segundo ele, sabia de tudo.
Em declarações à TVI, o advogado de Vasco Brazão, Ricardo Sá Fernandes, afirmou que tal afirmação "não teve em mente atingir o Sr. Presidente da República".
"De resto, o meu representado não tem conhecimento que o sr. Presidente da República estivesse a par dos factos relativos ao achamento do material de guerra furtado em Tancos", disse Ricardo Sá Fernandes, àquela televisão.
O furto de armas de guerra nos paióis de Tancos foi divulgado em 29 de junho de 2017.
Um dos arguidos do processo é o ex-ministro da Defesa Nacional José Azeredo Lopes, que está proibido de contactar com os outros arguidos, com o seu ex-chefe de gabinete e com o antigo chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte.