27 set, 2019 - 11:59 • Lusa
O caso de Tancos está "a desviar a atenção daquilo que é essencial" na campanha, criticou hoje o porta-voz do PAN, André Silva, voltando a frisar que este processo "não deve contaminar" o período eleitoral.
"Este caso está a desviar a atenção daquilo que é essencial, que é todos podermos fazer uma campanha a informar as pessoas das nossas propostas", afirmou André Silva, que respondia a perguntas dos jornalistas à margem de uma visita, no âmbito da campanha do PAN, à associação de intervenção comunitária CRESCER, na Quinta do Cabrinha, em Lisboa.
O cabeça de lista por Lisboa voltou a afirmar que o processo, em que foi acusado o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, "não deve entrar na campanha" e "não deve contaminar a campanha".
"Parece-me que este tema está, no fundo, a arredar destes dias aquilo que é essencial, que é o debate político sobre as propostas que cada um tem para os próximos quatro anos", vincou, referindo que isso é "o mais importante", neste momento, para o PAN.
Apesar disso e após insistência dos jornalistas, André Silva disse que o processo "mancha o sistema democrático e mancha a classe política, na medida em que, reiterada e consecutivamente, há situações de opacidade, situações em que diversos governantes estão eventualmente, supostamente, alegadamente envolvidos em matéria de corrupção", matéria essa que o PAN considera uma "prioridade e uma linha vermelha para a próxima legislatura".
"A pessoa em causa está acusada, não há um processo que chegou ao fim e nós vamos aguardar para que as entidades judiciais façam o seu trabalho. Neste momento, não nos merece mais qualquer comentário, na medida em que o PAN estará focado a passar a informação do seu programa, para esclarecer cada vez mais portugueses", acrescentou.
O Ministério Público (MP) acusou 23 pessoas, entre elas o ex-ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, no caso do furto e da recuperação das armas de Tancos.
Azeredo Lopes está acusado de prevaricação, abuso de poder, denegação de justiça e favorecimento de funcionário, crimes que o MP classificou como "muito graves".