28 set, 2019 - 20:48 • Susana Madureira Martins
Carlos César acusa Rui Rio de querer tornar o Parlamento num tribunal. O presidente do PS falava este sábado à noite num comício ao ar livre, em Guimarães, e não evitou falar do processo de Tancos para criticar o líder do PSD que acusa de caluniar o primeiro-ministro.
Rui Rio "diz num dia que não faz julgamentos na praça pública, mas em outros dias, como no caso de Tancos, pretende transformar a Comissão Permanente da Assembleia da República num tribunal", acusa Carlos César.
O líder do PSD, prosseguiu Carlos César, "sentencia quem nem sequer foi julgado e calunia quem não é suspeito nem acusado”.
“E era uma pessoa assim que queria ser primeiro-ministro de Portugal", declarou Carlos César.
O presidente do PS defende ainda que no PSD “a desorientação é muito grande” e que o partido de Rui Rio não se conforma com os bons resultados da governação.
“O PSD nestas eleições já percebeu que não vai contar com o apoio que julgava que os portugueses lhe podiam dar. Ainda por cima, o PSD recebe más notícias. O desemprego desce, a economia cresce, o prestígio de Portugal no exterior depende do PS e do nosso primeiro-ministro, António Costa. O PSD não se conforma com tudo isso.”
Carlos César foi muito direto no pedido ao eleitorado socialista e não socialista para que dê uma maioria de valor reforçado ao partido nas legislativas.
A obra socialista ser julgada a 6 de outubro, conclui César, que diz ter a certeza que o eleitorado dará a vitória ao PS, indo assim bastante mais longe que António Costa, que tem pedido cautela aos socialistas para que não se fiem nas sondagens.
O caso Tancos está a dominar a campanha. A líder do CDS anunciou este sábado que vai pedir uma nova comissão parlamentar de inquérito, depois de ser conhecido o despacho de acusação. Assunção Cristas quer que as declarações de António Costa e do ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes sejam investigadas pelo Ministério Público.
O líder do PSD, Rui Rio, considera ser "pouco crível" que o primeiro-ministro, António Costa, não estivesse ao corrente da alegada manobra de encobrimento, tendo em conta que o ex-ministro Azeredo Lopes é arguido no caso.
"Aquilo que nós começámos tem que ter continuidade”
Depois de um dia em que desconvocou arruadas devido a dores nas costas, na sua intervenção, em Guimarães, o líder socialista apelou aos portugueses para que "pensem bem se vale a pena por em risco" os resultados positivos alcançados no país após quatro anos de governação socialista.
"Pensem bem no que se passou nestes quatro anos. Pensem bem que cumprimos aquilo que poucos acreditavam ser possível. Pensem bem se vale a pena por em risco aquilo que já foi alcançado", declarou António Costa, pedindo continuidade e estabilidade política para prosseguir a trajetória da legislatura que agora termina.
O secretário-geral do PS lembrou que há ainda uma semana "para que todos se convençam, todos tenham a certeza, todos tenham a convicção que vale a pena votar no PS para garantir mais quatro anos das boas políticas que têm permitido estes bons resultados".
"Aquilo que nós começámos tem que ter continuidade. Aquilo que nós conseguimos não pode ser posto em causa. Aquilo que nós avançámos não pode agora andar para trás", argumentou, frisando que, para isso "é fundamental" que no próximo dia 6 o PS "tenha uma grande vitória que dê força ao PS para garantir mais quatro anos de estabilidade política" em Portugal.
António Costa pautou o discurso com diversos enganos, que provocaram gargalhadas na plateia que assistiu ao comício ao ar livre.
O primeiro tropeção do líder socialista foi logo nos cumprimentos, em que trocou Bragança por Guimarães, o que levou mesmo António Costa a levar as mãos à cabeça.
Mais à frente à moda de Guterres tropeçou em números: “Aquilo que nos permitiu sair do procedimento por défice excessivo, requalificar a nossa dívida e ter hoje uma taxa de juro que permite aqui ao Domingos Bragança contrair empréstimos a uma taxa de 0,50% ou 0,55% é o facto de termos um Governo responsável que soube ter o défice mais baixo da nossa democracia sem ter de fazer um aumento de impostos ou de cortar salários.”
[notícia atualizada às 02h27]