29 set, 2019 - 14:27 • Lusa
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A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, evitou este domingo dizer quem lhe enviou mensagens para evitar o tema de Tancos na campanha para as legislativas de outubro, explicando que são mensagens que "andam por aí por todo o lado".
Um dia depois de ter dito, num jantar-comício em Albergaria-a-Velha, Aveiro, ter recebido mensagens a alertá-la para o "preço político" de falar no processo de Tancos, em que o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes foi acusado, Cristas foi confrontada várias vezes, pelos jornalistas para identificar de quem eram e o que diziam.
E se o que diz pode causar suspeitas sobre os potenciais autores dessas mensagens, do Presidente da República ao PS ou PSD e até ao próprio CDS, a líder centrista respondeu: "Podem tirar daí a ideia que eu não me estava a referir a ninguém em concreto nem a nenhuma mensagem em concreto."
"Aquilo que eu sinalizei foi que nós não aceitamos que nos digam o que devemos ou não dizer em campanha eleitoral direta ou indiretamente por ninguém. Nós fazemos as nossas escolhas. Achamos o tema de Tancos muito relevante e vamos continuar a trazê-lo", disse ainda.
Um dia depois de ter desafiado António Costa a dar explicações sobre o que sabia ou não do caso, Cristas sublinhou que continua "à espera das respostas do primeiro-ministro".
Por cinco vezes, os jornalistas pediram para identificar quem eram os autores das tais mensagens, mas a líder do CDS-PP deu a mesma resposta, com mais ou menos cambiantes.
"Estava a falar em geral, de um certo ambiente em geral que há coisas que se podem dizer e há outras que não se podem dizer. O CDS escolhe aquelas que quer dizer. Achamos o tema de Tancos muito relevante, como achamos o tema do território e aqui estamos num território que é uma grande riqueza, mas também tem fragilidades", afirmou.
A manhã de Assunção Cristas e do CDS começou cedo no mercado quinzenal de Oliveira do Hospital, onde já estavam as caravanas do PS e do PSD.
A líder do CDS-PP passou, cumprimentou, ouviu promessas de voto, mesmo de uma mulher que "era militante" e agora vota no CDS e a todos pediu que dessem força ao seu partido.
Sobre o PS e o Estado ouviu muitas queixas: o Estado "é um comedor, é um javali que lá está". E outra eleitora descreveu António Costa, líder do PS e primeiro-ministro, como "aquela cara de lobo que lá está [que] não serve para nada".