29 set, 2019 - 20:08 • Paula Caeiro Varela
Veja também:
Depois de uma pausa na campanha, que Rui Rio aproveitou para ir a casa, descansar um bocadinho e arranjar a mala "que está uma barafunda", a campanha retoma em Buarcos, no largo conhecido como da "má língua".
E logo ali aproveita para dizer que é o PS quem está a baixar o nível. O líder do PSD acusa António Costa de ter lançado para a linha da frente Carlos César e Augusto Santos Silva: "afinal são eles que falam de Tancos", diz, acrescentando que o ministro dos Negócios Estrangeiros voltou aos tempos em que era membro do Governo de José Sócrates, quando se vangloriava de gostar de "malhar na direita".
Mas são precisos dois para dançar o tango, afirma Rui Rio, que recusa entrar na dança e promete que vai manter a elevação na campanha.
A tarde amena de outono convida a esplanadas e é por aí fora que segue a caravana laranja, distribuindo lápis (por afiar), com a cabeça de lista por Coimbra, Mónica Quintela, a tomar muitas vezes a dianteira das conversas.
Numa mesa, uma jovem com um cão ao colo merece a atenção da advogada: "tão querida, como é que se chama?", pergunta a candidata. A resposta foi um ladrar furioso e a candidata, imitando: "ão, ão". Gargalhadas de Rui Rio. Afinal é um cão, não é uma cadela. "Está nervoso com tanta gente". A caravana passa.
Rui Rio vai ouvindo de muitos palavras de apoio: "sabemos que este é de contas certas, não é como o outro". Quase todos os que pedem para cumprimentar o líder são eleitores fiéis, que o “staff” de campanha faz chegar mais perto, dizem que votam PSD desde sempre.
Mas nem sempre se acerta na mesa. Noutra esplanada da rua, quatro eleitores avisam que são "socialistas e benfiquistas". Rio não se dá por vencido e propõe-se ficar "meia horita a dar uma sabatina a ver se viro isto", e continua: "eu tenho argumentos fortíssimo".
Mas aqui não se muda, nem de clube nem de partido, não fosse um dos protagonistas da conversa um antigo presidente da junta de Buarcos, pelo Partido Socialista, que garante que vai "votar no PS, nem que seja de ambulância".
Ainda Rui Rio: "mas olhe que se o PS for a governar aqui a uns anos pode ir é de padiola". Risos e aplausos da claque em volta.
Aqui não vale a pena insistir, mas os adversários separam-se sem acrimónias pessoais, até desejam uma boa campanha ao líder do PSD.
A política, às vezes, também é isto.