02 out, 2019 - 12:37 • Cristina Nascimento com Redação
O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, juntou-se esta quarta-feira à campanha da CDU para dizer, em jeito de alerta, que "a lógica da redução dos rendimentos não terminou".
"Nós, as vezes, falamos dos tempos da 'troika', que foram tempos difíceis. Houve redução dos salários, redução dos direitos, mas a lógica da redução dos rendimentos não terminou, ela está aí. Não é no salário-base, mas é em matérias de expressão pecuniária, nomeadamente no trabalho extraordinário e no trabalho noturno", disse Arménio Carlos, em Almada, durante uma mesa-redonda dedicada à temática do trabalho por turnos e da jornada contínua.
A mesa-redonda contou com intervenções de trabalhadores de várias áreas, tendo um deles - João Ricardo, da Infraestruturas de Portugal - denunciado que no seu setor há "cargas horárias entre seis e dez horas, acabando as 40 horas por ser uma treta."
"A semana é de seis dias, proque as folgas são rotativas, e numa semana, posso fazer 60 horas", exemplificou.
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, respondeu que os deputados eleitos pela CDU não deixarão cair na próxima legislatura reivindicações como a antecipação da idade da reforma, mais dias de férias e pagamento de subsídio por turno, mas advertiu que essa "não vai ser uma batalha fácil", uma vez que "quando se trata de direitos dos trabalhadores, a relação de forças altera-se" no parlamento.