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​António Costa quer "fazer o que ainda não foi feito" no interior do país

07 set, 2019 - 23:11 • Lusa

Secretário-geral do PS considera que no interior do país "há uma enorme reserva de recursos por aproveitar" que representam "uma enorme oportunidade para desenvolver o país".

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O secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, defendeu este sábado que se o país quer continuar a crescer, deve "fazer o que ainda não foi feito" e aproveitar a enorme reserva de recursos nos territórios de baixa densidade.

"Estes territórios têm um enorme potencial que temos de saber aproveitar e valorizar", vincou, durante o comício do Partido Socialista realizado em Vila Real.

Com um discurso focado no interior, o líder socialista explicou que percorreu recentemente os 739 km da Estrada Nacional 2 (N2), que liga Chaves a Faro, para "voltar a ver" um país que deixou de ser visto com a chegada das autoestradas o que confirmou a sua convicção sobre estes territórios.

Para António Costa, se Portugal pretende continuar a aproximar-se dos melhores países da União Europeia, deve "fazer o que ainda não foi feito".

"Onde há uma enorme reserva de recursos por aproveitar é nestes territórios de baixa densidade, e há uma enorme oportunidade para desenvolver o país", acrescentou.

O também primeiro-ministro defendeu que o Governo tem dado "prioridade à valorização de todos os instrumentos que possam valorizar estes recursos através do conhecimento".

Os "laboratórios colaborativos" e ou "centros tecnológicos" sediados no Instituto Politécnico de Bragança (IPB) ou na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, são exemplos desse investimento no conhecimento.

"No IPB existe um laboratório colaborativo para aproveitar os recursos de montanha e para aproveitar os recursos endógenos da montanha e na UTAD focado na agricultura de precisão, porque sabemos bem que investindo melhor na gestão da água, na qualidade dos solos, na composição química dos tratamentos que fazemos, teremos produtos de maior qualidade e que gere maior rendimento a quem os produz", vincou.

Também o centro tecnológico para a vinha e o vinho, na UTAD, e o centro tecnológico da água, em Chaves, demonstram a necessidade de saber aproveitar melhor os recursos extraordinários da natureza, lembrou.

Segundo o líder socialista, na reprogramação dos fundos comunitários foram aumentadas em cinco mil milhões de euros as verbas destinadas às empresas que pretendam investir na sua modernização.

"Como sabemos que não é a mesma coisa ser uma empresa nos territórios de baixa densidade ou nos grandes centros urbanos, criámos ainda uma reserva de 1700 milhões de euros onde só podem concorrer as empresas que estão nos territórios de baixa densidade, porque é a essas que temos de dar um apoio especial e tratar com especial carinho, pois são essas que vão criar mais postos de trabalho que fixem os filhos, e atrair população", explicou.

Um "Erasmus" para ir para fora cá dentro

António Costa disse querer criar um Erasmus Interior para os jovens portugueses que "só conhecem a país da onda do surf" tenham a oportunidade de conhecer "outros territórios, saberes e espaços", dentro do país.

"Tal como tem sido fundamental na formação da nossa juventude, poderem estar um ou dois semestres no estrangeiro, a aprenderem outras línguas, costumes e outras gentes, é também fundamental que possam ter a oportunidade de conhecer outros territórios, outros saberes e espaços no nosso país", realçou, durante o comício.

Para o líder socialista, os jovens "muitas vezes só conhecem o país da onda do surf e das praias do Algarve" e vão muitas vezes "com mais facilidade ao estrangeiro do que a Vila Real".

Costa defende que "todos devem ter a oportunidade" de conhecer todo o Portugal e que o programa Erasmus Interior pode permitir isso.

Na abertura da campanha nacional do Partido Socialista, tendo em vista as eleições legislativas de 6 de outubro, que decorreu em Vila Real, discursaram ainda o presidente da Câmara Municipal de Vila Real, o também socialista Rui Santos, e o deputado da Assembleia da República pelo PS eleito por Vila Real, Ascenso Simões.

O Largo da Capela Nova na localidade transmontana encheu-se de apoiantes do partido, que acolheram com aplausos, gritos de ordem e bandeiras no ar, a chegada do líder.

Marcaram ainda presença, em Vila Real, o atual vice-presidente do Parlamento Europeu, Pedro Silva Pereira, e a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, entre outras figuras do Partido Socialista no distrito.

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