07 out, 2019 - 03:01 • Pedro Filipe Silva
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Com as primeiras projeções a darem conta da possibilidade de entrarem novos partidos no Parlamento, a Renascença foi ao encontro da festa.
Primeira paragem: “The House of Hope and Dreams”. Assim se chama o espaço escolhido pelo Iniciativa Liberal para passar a noite eleitoral.
Se não estivesse instalado o púlpito, se não houvesse bandeiras e pessoas com t-shirts azuis, bem podíamos dizer que era uma simples festa de amigos. Naquele espaço, um armazém em Belém, reinava um ambiente “cool”. Muitos com uma cerveja ou um copo de vinho na mão, uma mesa com petisco e um ecrã gigante. A imagem colava com o que o porta-voz do partido, Rodrigo Saraiva, dizia à Renascença. “Somos rebeldes responsáveis”.
O local escolhido fazia todo o sentido para o partido. A esperança e os sonhos permaneciam até que veio a confirmação da eleição de um deputado, João Cotrim de Figueiredo, cabeça de lista por Lisboa.
Festa confirmada num lado, era tempo de rumar a outro “quartel general”: o do Chega, de André Ventura.
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Se havia festa na zona de Belém, no Novotel, junto à Praça de Espanha, o silêncio era total.
Não havia sinal de militantes nem simpatizantes do Chega, isto porque os jornalistas tinham uma sala própria, muito pequena, onde estava instalado o púlpito. André Ventura e as cerca de três dezenas de pessoas estavam noutra sala a acompanhar os resultados.
As horas passaram. Muitos já pensavam que “iam morrer na praia”. Mas na reta final, eis que veio a notícia da eleição de André Ventura. Ouviram-se muitos gritos na sala ao lado. E quando os jornalistas foram espreitar, já Ventura falava. “Agora vou falar à imprensa, mas não podia ir sem dirigir-vos as primeiras palavras.”
Ainda com António Costa a fazer o discurso de vitória, o líder do Chega entrava na ‘sala dos jornalistas’. Com ele vieram os seus apoiantes. Num espaço pequeno, muito pequeno, para tanta gente, e enquanto se preparava todo o material, eis que se ouve “Agora já vos interessa, não é?”
Uma pergunta vinda do fundo da sala, em jeito de provocação, dirigida aos jornalistas, agora que estava confirmada a entrada da extrema-direita na Assembleia da República.
No discurso, André Ventura repetiu por diversas vezes que o Chega foi o “mais votado dos partidos pequenos.” Foi um “feito histórico”, sublinhou.
O cabeça de lista elevou a fasquia e garantiu: “Daqui a oito anos seremos o maior partido de Portugal". E foram muitos os gritos naquela sala. Houve direito a perguntas e André Ventura brincou com isso. “E agora para não dizerem que isto já começa mal, estou disponível para as vossas perguntas”, disse.
A festa não ficou por aqui. Os vários militantes e simpatizantes rumaram à Assembleia da República, no desfilo que André Ventura tinha prometido.