06 out, 2019 - 23:38 • Raul Santos
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O presidente do PSD, Rui Rio, disse, este domingo, que o PSD é "a única" força política "suficientemente grande e capaz para apresentar um alternativa sólida para governar Portigal".
Reconhecendo que "o PSD não atingiu o seu principal objetivo", Rio apontou "as circunstâncias" em que o partido disputou estas eleições legislativas, aludindo a um "enquadramento muito difícil por razões externas e internas".
Rui Rio apontou como condicionante externa "a conjuntura internacional favorável que permitiu crescimento da economia sem que Governo precisasse de fazer muito por isso" e, no plano interno, "o surgimento de novos pequenos partidos à direita do PSD, e alguns saídos de dentro do próprio PSD".
"Os votos neles não serão muitos mas representam uma perda na ordem dos 2% no PSD."
O líder social-democrata aludiu ainda às convulsões no seio do próprio partido, considerando que “houve uma instabilidade de uma dimensão nunca antes vista na história do PSD, motivada por ambições pessoais”.
Rio criticou ainda a "prolongada publicação de sondagens que davam maioria absoluta ao PS", "galvanizando" os socialistas e"desmobilizando" o PSD, apontando, depois, às sondagens à boca das urnas. Felicitando o trabalho da RTP, criticou o da SIC, que "nem nas sondagens à boca das urnas conseguiu acertar: o PSD ficou acima do máximo do intervalo".
Face à "hecatombe que diziam que íamos ter, este resultado é positivo", disse Rio, especificando: "O PS teve maioria absoluta? Não. A esquerda teve mais de 66%? Não teve. O PSD teve o pior resultado de sempre? Não teve. Essa grande derrota que previam não existiu, e que alguns desejavam. Existiu a derrota no sentido em que um ganhou e o outro perdeu."
“Não há uma grande derrota, uma grande derrota era o que estavam a profetizar, mas não houve”, insistiu o líder social-democrata, já no período de respostas aos jornalistas.
Tempo para ponderar
Questionado sobre se vai manter-se na liderança do PSD, Rio apontou que a política não se coaduna com pressa e que essa é uma matéria para "ponderar".
“É preciso ponderação, serenidade, ouvir as pessoas, porque é assim que a maturidade manda fazer”, explicou, repetindo uma frase já por si proferida no passado recente: "Não ando aqui a correr para o 'online'."
“O Rui Rio pondera, não há tabus só porque não responde ao fim de um minuto ou dois."
Sobre a disponibilidade para entendimentos com o PS, Rio diz estar à espera da posição dos socialistas, por não se sabe "o que o PS quer fazer, ele é que tem de ter a iniciativa sobre o que quer fazer".
"Em função disso, vamos analisar, reunir os órgãos do partido, e logo veremos a posição que tomamos. Mas não vai sair daqui nada de diferente em relação ao que eu sempre disse", sublinhou, acrescentando que o PSD está disponível "para colaborar" com o PS e, até, "para convencer os outros partidos a fazer reformas estruturais”.