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Legislativas 2019

Livre considera fundamental entendimento entre partidos da "geringonça"

08 out, 2019 - 13:57 • Lusa

A deputada eleita Joacine Katar Moreira defendeu ser “útil e necessário que houvesse uma espécie de entendimento multilateral”.

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A deputada eleita Joacine Katar Moreira considerou esta terça-feira “fundamental que haja um entendimento” entre os partidos que apoiaram a solução governativa em 2015, esclarecendo que o Livre está disposto ao diálogo mas não pretende entrar numa "coligação partidária".

Falando aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, no final de uma audiência com o Presidente da República, Joacine Katar Moreira começou por notar que “deu entrada aqui hoje a verdadeira esquerda verde”. “Nós consideramos fundamental que haja um entendimento mas, inicialmente, entre os partidos que constituíram esta união nestes últimos quatro anos”, afirmou a deputada, assinalando que “é necessário que haja uma responsabilização e um entendimento entre os que efetivamente começaram isto”.

Apesar disso, os dirigentes do Livre mostraram-se “completamente disponíveis para conversar, dialogar com todos partidos políticos”, e a deputada eleita pelo círculo de Lisboa defendeu ser “útil e necessário que houvesse uma espécie de entendimento multilateral”. Ainda assim, “não é o nosso objetivo entrar na constituição de nenhuma coligação partidária”, salientou.

Joacine chegou ao Palácio de Belém, em Lisboa, uns minutos antes das 11h30 (hora marcada para a audiência com o Presidente da Republica), acompanhada do fundador do partido Rui Tavares e de quatro outros dirigentes do Livre.

Marcelo Rebelo de Sousa recebe hoje os 10 partidos com representação parlamentar saídos das eleições legislativas de domingo, com vista à indigitação do primeiro-ministro. O Livre foi a primeira força política a ser recebida e o PS será a última, por ordem de votação.

Nesta reunião com o chefe de Estado, o Livre não se manifestou contra a indigitação de António Costa como primeiro-ministro, mas Joacine Katar Moreira diz que, nos próximos quatro anos, o partido vai “estar completamente orientado para a defesa” do programa eleitoral, e vai insistir na necessidade de “uma maior justiça social e maior justiça climática”. “Obviamente que existem muitos aspetos e muitas medidas que nos unem, especialmente alguns partidos à esquerda, mas o nosso entendimento, o nosso olhar e a nossa participação irá necessariamente passar pela defesa absoluta da confiança que os nossos eleitores nos deram”, vincou.

Outro assunto em cima da mesa foi a saída do Reino Unido da União Europeia, depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter dito que existe "uma razão de urgência", que é a realização de "um Conselho Europeu muito importante para discutir o Brexit", na próxima semana, nos dias 17 e 18 de outubro, quinta e sexta-feira.

Sobre este assunto, o fundador do Livre, Rui Tavares, manifestou preocupação pelos britânicos que residem em Portugal e os portugueses emigrados no Reino Unido. “Alertámos contra qualquer tentação de, para marcar um ponto político, prejudicar as vidas dessas pessoas que durante décadas constituíram, no usufruto dos seus direitos europeus, vidas no Reino Unido”, referiu, notando que o Livre traz “uma perspetiva nova ao parlamento português de uma esquerda ecológica que não havia nesta parte do parlamento, também europeísta”.

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