08 out, 2019 - 19:44 • Redação
O líder do PSD acredita que “vai haver maioria à esquerda" para viabilizar um Governo liderado por António Costa. Rui Rio, que falava esta terça-feira no final de uma audiência com o Presidente da República, espera que isso não inviabilize reformas estruturais.
Questionado pelos jornalistas se estava disponível pode viabilizar os próximos Orçamentos se o PS não tiver o apoio da esquerda no Parlamento, Rui Rio respondeu que essa questão "não se coloca" e explicou porquê: “vai haver maioria à esquerda, estou convicto disso".
O secretário-geral do PSD acredita que o PS vai conseguir chegar a um entendimento com o Bloco de Esquerda (BE) e com o PCP, ou então só com os bloquistas.
Rui Rio vai ser oposição ao Governo, mas manifesta disponibilidade para acordos com os socialistas para reformas estruturais, nomeadamente em matéria de descentralização, sistema de justiça, sistema político e Segurança Social.
Legislativas 2019
“É fundamental que o partido fundado por Sá Carnei(...)
O líder social-democrata espera que um futuro acordo de Governo, entre o PS e os partidos de esquerda, não impeça entendimentos sobre questões estruturais. “Isso é o que o país precisa, comigo ou não [na liderança do PSD]”, afirmou.
“Outra coisa é disponibilidade para reformas de ordem estrutural. Não tem a ver com a composição do Governo, tem a ver com acordos ao nível do Parlamento. E aí é que poderemos ter ou não novidades mais desagradáveis ou menos desagradáveis, consoante o acordo entre o BE e o PS, que possa vedar determinadas reformas", declarou.
Questionado pela Renascença sobre as declarações de Cavaco Silva, que lamentou o "triste" resultado do PSD nas legislativas e lançou o nome da antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque para "reconstruir o partido, Rui Rio apenas respondeu que sobre essa matéria não falou "minimamente" na audiência com Marcelo Rebelo de Sousa.
Os jornalistas também perguntaram se já refletiu sobre o seu futuro no PSD. "Sobre isso não vou falar aqui. Independentemente da reflexão e da minha decisão, há este momento da indigitação do primeiro-ministro, um ato solene, não seria lógico que o PSD estivesse em grandes tumultos antes disso acontecer", declarou.